São Paulo sinaliza o começo da militarização nacional da segurança
A indicação do general João Camilo Pires de Campos para a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo é o sinal mais vistoso de um movimento de integração nacional do combate ao crime organizado pela via ainda informal da militarização.
Não é algo que conste num plano por escrito, mas está nas entrelinhas de conversas de envolvidos com o tema em Brasília e nos principais estados ao longo da campanha eleitoral de 2018.
A sinalização dada pelo eleitorado em favor do endurecimento no combate à violência, bandeira tanto de Jair Bolsonaro (PSL) como de Doria (PSDB), Wilson Witzel (PSC) e outros, abriu o caminho para a ideia de alguma coordenação nacional.
De tanto serem convocadas a tapar buracos no país nas GLOS (operações de Garantia da Lei e da Ordem), quando os militares atuam como polícias nas ruas, as Forças Armadas são repositório natural de experiência em crise aguda na segurança.
No Rio, Witzel anunciou ontem a extinção da pasta da Segurança, elevando as duas polícias ao status de secretaria. O coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, 48, atual coordenador das UPPS (Unidades de Polícia Pacificadora), será secretário da Polícia Militar. O secretário de Polícia Civil será Marcus Vinicius Braga, que teve passagens por delegacias especializadas.