Tucano quer extinguir estatais e fazer fusão de secretarias
O futuro governo João Doria (PSDB) prepara um amplo pacote de enxugamento da máquina estadual, com extinção de estatais e fusão de secretarias. O desenho de redução das atuais 25 secretarias e 20 empresas ligadas ao governo estadual deve ser apresentado antes de Doria assumir, em 1º de janeiro.
O objetivo é cortar gastos em áreas como funcionários comissionados e aluguel, para liberar verba para investimentos. A ambição da gestão é avançar além do corte de carros e de cargos de secretários, medida comum em início de mandato, com efeito mais simbólico, criando novo desenho institucional.
No caso das empresas, o futuro governo reconhece que pode comprar briga com o funcionalismo público, mas avalia que a economia valerá a pena ao final do mandato.
As estatais paulistas têm 41 mil funcionários na ativa, com uma folha de pagamento mensal da ordem de R$ 319 milhões, sem contar aposentadorias e pensões.
As maiores empresas, como Metrô, CPTM e Sabesp, não estão ameaçadas.
O foco é em empresas menores, como as pequenas CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços) e Cosesp (Companhia de Seguros do Estado de São Paulo). A Cosesp é uma seguradora de estrutura enxuta, com apenas 44 funcionários e pagamentos de R$ 416 mil. Já a CPOS, que realiza diversos serviços ligados a obras, tem 224 funcionários ativos e folha de pagamento mensal de quase R$ 1,8 milhão.
No caso das secretarias, há a possibilidade de pastas de todos os portes virarem uma só. Já a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), responsável pelos presídios, pode ser anexada à pasta da Justiça.