Testemunhas limparam casa
A esposa, Cristiana, também diz ter sido ameaçada este ano por assassino confesso do jogador Daniel
Em dois boletins de ocorrência aos quais a reportagem teve acesso, Edison Brittes Júnior, o Juninho Riqueza, que confessou ter assassinado o jogador Daniel Corrêa, é acusado de ameaçar a mulher, Cristiana Brittes, e proferir xingamentos contra a própria mãe. Os dois casos ocorreram no início do ano.
Um dos boletins relata uma briga entre Cristiana e Edison, na casa do casal, em São José dos Pinhais (PR). A casa é a mesma em que aconteceu o espancamento do ex-meia do São Paulo. Em janeiro, a polícia foi chamada ao local após relatos de disparos de arma de fogo. Juninho é dono de uma pistola Glock, que possui registro de posse. De acordo com o documento, Cristiana e Juninho negaram os disparos de arma de fogo, mas a esposa confirmou um “desentendimento com seu esposo, onde o mesmo a ameaçou”.
Em fevereiro, o comerciante se envolveria em outro caso de polícia. Em boletim de ocorrência, Doralice Ferreira dos Santos, mãe de Juninho, acusa o próprio filho de ter proferido injúrias contra ela. De acordo com o relato, “Juninho a xingou com palavras de baixo calão e a chamou de folgada e que vive às custas dos outros” quando a mãe foi cobrar uma dívida contraída anteriormente.
O BO diz que Doralice emprestou uma quantia a seu filho e que era para Juninho pagar em um ano, o que não aconteceu. O documento diz que Doralice foi xingada ao cobrar o valor emprestado.
Juninho também tem passagens na polícia por porte ilegal de armas e receptação de produto roubado.
Segundo uma testemunha de 19 anos que foi interrogada anteontem pela polícia de São José do Pinhais, Juninho Riqueza teria ordenado que ela e outros convidados limpassem as manchas de sangue que ficaram pela casa depois das agressões ao jogador Daniel Corrêa.
O relatório dizia que [...] “o colchão do casal foi cortado na parte em que havia sangue —o tecido da parte de cima, sendo que este pedaço foi queimado junto com os documentos do Daniel”.
Durante o depoimento, a jovem disse ter visto Cristiana Brittes chamando a filha Allana e dizendo: “Ajuda, desce, senão seu pai vai matar o menino”.
Pouco depois, a testemunha viu Juninho segurando Daniel pelo pescoço no quarto do casal e que o jogador “não falava nada”. Na sequência, Edison Brittes também deu tapas no rosto da mulher, Cristiana, que dizia que não era para deixar o marido fazer nada. Então, “Júnior a questionou, dizendo ‘Você está defendendo esse vagabundo?’.”
De acordo com a testemunha, quando Juninho voltou, com roupas diferentes, a filha questionou o que o pai tinha feito. “Júnior apenas disse que ‘havia matado o gambá’ e Allana questionou como, mas Júnior ficou em silêncio”, diz o trecho do depoimento da jovem.