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Anhembi com desconto

- Presidente: Editor Responsáve­l:

O extenso programa de privatizaç­ão dos bens da cidade de São Paulo foi a bandeira mais importante da breve passagem de João Doria (PSDB) pela prefeitura.

A promessa do hoje governador eleito era aumentar a eficiência da gestão e, de quebra, conseguir mais dinheiro para o município, com corte nas despesas de manutenção e venda do patrimônio.

Só com o complexo do Anhembi e o autódromo de Interlagos, Doria falava em arrecadar R$ 7 bilhões, que seriam destinados, “centavo por centavo”, à educação e à saúde. O projeto, porém, ainda não saiu do papel. Agora, a administra­ção do correligio­nário Bruno Covas reduziu em nada menos de 84% a previsão do valor a ser obtido com o Anhembi. Em vez dos R$ 4,5 bilhões anunciados por Doria, fala-se em R$ 714 milhões.

Pelo menos é que o calcula o projeto de Orçamento para 2019. O secretário municipal da Fazenda, Caio Megale, disse que preferiu uma avaliação cautelosa. ‘Se for mais, melhor.‘

É claro que o cálculo deve seguir critérios técnicos. No final das contas, o que vai valer mesmo é quanto o mercado estiver disposto a pagar.

Mas o fato é que a prefeitura deu discurso fácil para a oposição. Vão dizer que o patrimônio público está sendo vendido a preço de banana.

O programa de privatizaç­ão tem objetivos corretos, mas tropeçou ao prometer vantagens demais, na base da propaganda. Esse tipo de iniciativa enfrenta dificuldad­es que podem incluir até mesmo a falta de interessad­os.

Nesse quadro, nem dá para garantir que o leilão do Anhembi vá ocorrer de fato em 31 de janeiro, conforme a previsão oficial. Grupo Folha

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