Agora

Hora de mudar

- Luís Marcelo Castro

Nos últimos dias, uma enxurrada de críticas deve ter feito coçar as orelhas de Raí, diretor executivo do São Paulo, responsáve­l pela demissão do técnico Diego Aguirre. Além de apoiá-lo, creio que demorou a agir.

É notório que o Tricolor vinha em queda livre neste returno de Brasileirã­o. O técnico uruguaio teve todos os méritos em transforma­r uma equipe desacredit­ada em líder do Nacional, mas, desde a Copa, quando o São Paulo parou de produzir, ficou claro que Aguirre não tinha mais repertório a oferecer, tanto na parte técnica e tática quanto na motivacion­al. Perdeu o controle dos atletas e o apoio da torcida. E, fora de outras competiçõe­s, teve semanas inteiras para treinar o time e descansar seus jogadores.

O elenco são-paulino pode ser limitado, mas, exceto o do líder Palmeiras, qual não é? Renato Gaúcho faz maravilhas no Grêmio com Paulo Miranda, Cortez, Cícero, Maicon... Nenhum deles deixou saudade no Morumbi.

Como em tudo na vida, quando algo não funciona no futebol, é preciso mudar —com o agravante de a guinada ser “para ontem”, já que o campeonato não espera.

Foi assim que o Santos, que brigava contra a degola sob o comando de Jair Ventura, agora disputa vaga na Libertador­es com Cuca. Foi assim que o Palmeiras, que patinava no Brasileiro com Roger Machado, ficou a um passo do décimo caneco nacional com Felipão. Lisca assumiu o Ceará na lanterna, com três pontos em nove rodadas. Hoje tem boas chances de mantêlo na elite. Dois antecessor­es falharam.

Como dizia o genial Raul Seixas, não se pode ficar sentado “no trono de um apartament­o com a boca escancarad­a, cheia de dentes, esperando a morte chegar”. No caso do São Paulo, o Grêmio já chegou para lhe roubar a vaga no G-4. É preciso correr atrás.

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