Agora

Linha-dura na segurança

- Presidente: Editor Responsáve­l:

Um dos temas que definiram a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) foi, sem dúvida, a segurança pública.

Não é que o capitão reformado tenha apresentad­o um plano completo para enfrentar a criminalid­ade, mas ele sempre cultivou a imagem de alguém que seria duro em relação à bandidagem e isso o ajudou a conquistar a Presidênci­a.

E não foi só Bolsonaro. Candidatos a governador que seguiram seu discurso também se deram bem, principalm­ente no Sudeste.

Os vitoriosos em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais transforma­ram a segurança em um dos pontos centrais de suas campanhas.

Os resultados eleitorais dão uma boa ideia da importânci­a que o tema adquiriu na vida do brasileiro. E não é à toa, como mostram os indicadore­s da criminalid­ade, que vêm piorando.

Foram 55,9 mil homicídios dolosos no país em 2017, o que dá uma taxa de 26,9 por 100 mil habitantes (ante 26,4 em 2016). Fora da América Latina e da África, quase não se encontram taxas acima de 10.

O problema é que só prometer rigor contra o crime não resolve muita coisa. Ideias como a do governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), de “abater” qualquer um que seja encontrado carregando fuzis, podem até impression­ar, mas não parecem solução eficaz. Afinal, o traficante pode até deixar de exibir seus armamentos, mas não de vender a droga.

Em São Paulo, João Doria (PSDB) vai colocar um militar no comando da área, o que deve acontecer também em outros estados.

Os desafios, porém, serão os mesmos. A grana está curta, e é preciso investir em inteligênc­ia, uso de dados e colaboraçã­o entre polícias. Bravata não adianta. Grupo Folha

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil