Escolha de novo chanceler é vitória de Eduardo Bolsonaro
Deputado foi um dos responsáveis por levar o nome de Ernesto Araújo ao presidente eleito
A escolha do embaixador Ernesto Henrique Araújo para comandar o Itamaraty no governo de Jair Bolsonaro representa uma vitória de um dos filhos do presidente eleito, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Ele foi um dos responsáveis por levar ao pai o nome do diplomata, seguindo indicação do autor conservador Olavo de Carvalho. Esta foi a primeira escolha para composição dos ministérios em que a indicação dos filhos do presidente eleito prevaleceu.
Deputado federal mais bem votado, Eduardo ambiciona assumir o papel de uma liderança latino-americana de direita, ultrapassando as fronteiras do Brasil.
Frequentemente, o filho de Bolsonaro faz postagens em línguas estrangeiras nas redes sociais e dialoga com políticos de outros países da América Latina, dos EUA ou da Itália, por exemplo, sempre mostrando proximidade com políticos com quem compartilha a ideologia.
O deputado federal fez questão de demonstrar seu papel na escolha do futuro chanceler e posicionou-se estrategicamente atrás do pai enquanto ele concedia uma entrevista ao lado de Araújo, na quarta-feira.
Ele estava se mantendo mais à sombra desde que veio a público, durante a campanha, um vídeo em que dizia que para fechar o STF (Supremo Tribunal Federal) bastava “um cabo e um soldado”. O deputado foi repreendido pelo pai publicamente, que o chamou de “garoto” e disse que ‘se alguém falou em fechar o STF, precisa de um psiquiatra‘.
A indicação para chefia do Itamaraty contou também com a anuência de outro filho do presidente eleito, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Os irmãos prontamente usaram as redes sociais referendar a escolha do futuro ministro.
Além de Eduardo e Carlos, o senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) também tem buscado influenciar as decisões de seu pai.