O COI não engana mais
Anteontem, os membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) tiveram uma grande surpresa quando a população de Calgary (CAN) recusou que a cidade seja candidata a sede dos Jogos de Inverno de 2026. Motivo? O alto custo para ser sede olímpica, estimado em mais de R$ 15 bilhões. A maioria não quis ver seus impostos se dirigirem para o esporte e não para setores mais necessitados, como saúde e infraestrutura.
Esse foi mais um exemplo de que o papo do COI de legado olímpico não pega mais, principalmente, levando-se em conta as últimas edições.
Os Jogos do Rio de Janeiro-2016, por exemplo, torrou mais de R$ 75 bilhões nos locais de competição e infraestrutura. No entanto, o tão propalado legado não existe. O Parque Olímpico virou um gigantesco elefante branco na Barra: está fechado, com os ginásios se deteriorando com goteiras e infiltrações.
Tudo bem que organizar uma competição para mais de 10 mil atletas e dezenas de milhares de turistas não é fácil, mas o COI precisa encontrar um meio-termo para as cidades não gastarem o que não têm e depois ficarem anos pagando por isso.
Foi justamente pensando desta forma que a população de Calgary votou não. E essa não foi a primeira vez que uma cidade desistiu da candidatura.
Oslo e Estocolmo já haviam desistido da candidatura para os Jogos de Inverno de 2022, assim como Boston, Budapeste, Hamburgo e Roma para o de Verão em 2024.
Foi por causa dessas desistências que o COI mudou sua tradição e anunciou duas sedes no mesmo ano. Paris, em 2024, e Los Angeles, em 2028, receberão os jogos de Verão, justamente porque as outras cidades desistiram de competir.
O recado foi dado. Resta aos dirigentes do COI acharem uma solução.