Passageiros são surpreendidos com o fechamento de estações
“Só com calmante”, afirmou a secretária Lucélia Andrade da Silva, 36 anos, que supervisionava o vaivém do noivo Irandi Israel Costa, 41 anos, ao carregar as caixas de verduras, repolhos, tomates e o saco de cebola no carro estacionado no posto, ao lado do Ceagesp, na Vila Leopoldina (zona oeste de SP).
Os dois foram comprar os ingredientes à festa do casamento, que será celebrado hoje, às 17h, em igreja de Pirituba (zona norte). Porém, foram surpreendidos com o trânsito em trecho da marginal Pinheiros, afetada pelo problema do viaduto.
“Complicado, exatamente quando temos de correr”, disse Costa, que é segurança. Na volta, o trajeto que duraria 25 minutos levou uma hora, segundo o amigo Lucas Santos, 27, que atuou como o motorista do casal.
Os passageiros da linha 9-esmeralda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que liga Osasco (Grande São Paulo) ao Grajaú (zona sul), foram surpreendidos ontem, a partir das 10h, com a circulação interrompida entre as estações Pinheiros e Ceasa, ambas na zona oeste. O viaduto da marginal Pinheiros, que passa por cima da linha de trem e cedeu dois metros anteontem, corre o risco de cair.
As estações Villa-lobos-jaguaré e Usp-cidade Universitária foram fechadas às 10h, a pedido da Prefeitura de São Paulo, segundo a CPTM.
Em cada estação, comunicados colados nos vidros traziam a informação:”por motivo de interferência externa, a estação está fechada por tempo indeterminado”.
Com o Paese (ônibus gratuitos em situações de emergência), na estação Pinheiros, passageiros eram obrigados a descer do trem e pegar o coletivo na rua Capri.
De lá, seguirem até a estação Ceasa, para depois voltar ao trem e seguir até Osasco. “Que confusão”, disse a técnica de enfermagem Sandra Maria Alves, 49 anos. O trajeto duraria até 40 minutos.
“Me surpreendi quando tive de sair da estação Ceasa e pegar o ônibus para cá (Pinheiros). Ninguém avisou. Agora, volto ao trem”, contou a pernambucana Maria do Livramento Lima da Silva, 64 anos, que saia do Ceagesp e ia para Cidade Ademar (zona sul), junto do neto Wallison Souza Goes, 11 anos.
Na Usp-cidade Universitária, a diarista Thalita Cardoso Cruz, 29, foi de trem ao trabalho, em Alto de Pinheiros, quando a estação ainda estava aberta. Na volta, às 15h, foi surpreendida com o local fechado. “Estou há 15 minutos esperando. Não imaginava isso.”