Um terço das profissões usou trabalho por hora
Administração de imóveis, alimentação e comércio são os setores que mais utilizaram o contrato
Um terço das ocupações do mercado formal já utilizou o emprego intermitente, sem jornada fixa, embora o número de vagas geradas nesse tipo de contrato —criado pela reforma trabalhista aprovada há um ano— seja considerado baixo. Entre abril e setembro, período para o qual há dados oficiais, 857 das cerca de 2.500 profissões tiveram movimentação trabalhista na nova modalidade.
Embora a contratação no modelo intermitente envolva o registro na carteira de trabalho, o profissional é convocado quando o empregador precisa de sua mão de obra e pode atender ou não.
O número de vagas criadas, no entanto, ainda é modesto na opinião de especialistas, que atribuem isso a fatores como a recuperação lenta da economia e dúvidas jurídicas que permeiam as novas modalidades de contratação na ausência da regulamentação sobre pontos como contribuição previdenciária.
Nos seis meses a partir de abril, foram gerados 21.185 postos de emprego intermitentes, considerando o saldo entre contratações e demissões. Isso representa 4,7% do total de empregos formais no período. Antes da lei, havia um teto de 25 horas semanais para registros na modalidade parcial. Agora, funcionários com esse tipo de jornada podem ter uma carga de até 30 horas por semana, ou 26 e seis extras.
Comércio, administração de imóveis, serviços de alimentação e alojamento e construção civil são os segmentos que mais têm gerado vagas nessa modalidade.
Isso confirma a expectativa de que as jornadas flexíveis seriam utilizadas principalmente na contratação de profissionais com baixa qualificação.