Após reclamações, Moro antecipa a sua exoneração
Juiz federal que será ministro de Bolsonaro pretendia deixar o cargo apenas em janeiro, mas desistiu
O juiz federal Sergio Moro, indicado ao superministério da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro, decidiu antecipar a sua saída da magistratura e pediu ontem exoneração do cargo.
O ato de exoneração foi expedido durante a tarde pelo presidente do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), Carlos Thompson Flores, e será válido a partir da segunda-feira.
Desde que aceitou fazer parte do novo governo, no fim de outubro, o juiz formalmente estava em férias.
No documento que solicitou a exoneração, Moro afirma que pretendia fazer o pedido “no início de janeiro, logo antes da posse no novo cargo”. “Entretanto, como foi divulgado, houve quem reclamasse que eu, mesmo em férias, afastado da jurisdição e sem assumir cargo executivo, não poderia sequer participar do planejamento de ações do futuro governo”, disse o futuro ministro, no ofício.
Segundo o juiz, a antecipação foi feita para evitar “controvérsias artificiais”, embora considerasse relevante continuar na magistratura até o fim do ano “por permitir que seus dependentes continuassem a usufruir de cobertura previdenciária integral no caso de algum infortúnio, especialmente em contexto no qual há ameaças”.
Com a exoneração, Moro passa a se dedicar integralmente à transição do governo e às futuras ações no ministério que chefiará.
Depois que o ato for publicado no Diário Oficial da União, será aberto um edital para que outro magistrado ocupe a titularidade da 13ª Vara Federal em Curitiba.
Caso nenhum juiz titular se ofereça, o cargo ficará aberto a um juiz com status de substituto que deseje ser promovido ao posto.
Atualmente, os processos da Lava Jato na primeira instância do Paraná são tocados de maneira interina pela juíza substituta Gabriela Hardt, que também integra a 13ª Vara Federal.