Bateria pode ser carregada em casa e garante autonomia de 389 km
Uma das principais notícias do Salão do Automóvel de São Paulo, que pode ser visitado até amanhã no São Paulo Expo (rod. Imigrantes, km 1,5), foi o anúncio da venda de modelos elétricos no Brasil. Entre eles está o Nissan Leaf.
O preço assusta, R$ 178.400, mas é o custo de ser um dos primeiros a ter uma nova tecnologia na garagem. Além de conhecer de perto, outra coisa que os visitantes do Salão podem fazer é dirigí-lo. E foi isso que a reportagem do Agora fez.
Na curta pista de teste, deu para testar um dos diferenciais do carro, que é o sistema e-pedal. Ele permite que o motorista utilize apenas o pedal do acelerado. Para andar, claro, basta pressioná-lo. Ao soltar, porém, o carro desacelera até a parada total, como se o freio tivesse sido acionado. O segundo pedal continua existindo, mas deve ser usado somente em emergência.
O motor elétrico, com potência equivalente a 149 cv, chama a atenção pelo silêncio, como de todo elétrico, e pelo bom torque. São 32,6 kgfm de força disponível a qualquer momento. Como comparação, é o mesmo torque do Audi A4 com motor 2.0 turbo, que só entrega essa força aos 1.450 rpm do seu motor a gasolina. Isso garante um aceleração de 0 a 100 km/h em 7,9 segundos. O Audi faz em 7,3 s.
Além de ter um carro que pode ser abastecido na garagem de casa (leia mais abaixo), o preço alto tenta se justificar no conforto. O carro tem bom acabamento e equipamentos como bancos aquecidos, piloto automático adaptativo, câmeras com visão 360˚ e ar-condicionado automático digital.
Teste
A chegada do Leaf e de outros elétricos é o começo de uma revolução no mercado de automóveis, mas que não deve ter resultados imediatos. Para José Luís Valls, presidente da Nissan para América Latina, as expectativas são conservadoras. “A quantidade que vamos trazer vai depender muito da pré-venda. Não procuramos volume de vendas. Estamos apenas testando o mercado”, disse.
Valls também falou que o Brasil precisa de investimento em infraestrutura para a popularização dos carros elétricos. Segundo ele, há conversas avançadas entre a Nissan e o governo. “É importante o público e o privado trabalharem juntos nesse momento”, afirmou.