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Doria deve dispensar parceria para construir linha 6-laranja

Tucano teme que obras paradas desde 2016 se tornem entrave para outras parcerias privadas

- Artur rodrigues guilherme seto (FSP)

O projeto da linha 6-laranja do metrô Foi a primeira parceria público-privada integral do Brasil, com iniciativa privada responsáve­l pela construção e futura operação de extensão passageiro­s estimados por dia

é o tempo de concessão ao consórcio Move São Paulo (Odebrecht, Queiroz Galvão, UTC e Fundo Eco Reality)

é o valor da obra, dividido entre governo de SP e concession­ária Início das obras Suspensão das obras

Chineses que assumiriam a obra desistem de projeto

Governo de SP inicia rescisão do contrato

O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), cogita dispensar a PPP (Parceria Público-privada) e adotar contratos convencion­ais para retomar as obras da linha 6-laranja do metrô. A linha, com 15 km e 15 estações, é prometida há dez anos, mas foi paralisada após entrave.

A construção, iniciada em 2013, já consumiu R$ 1,7 bilhão em obras (41% em recursos do estado) e R$ 984 milhões em desapropri­ações. O custo para finalizá-la deve ultrapassa­r R$ 9 bilhões —valor que ainda pode aumentar após atualizaçõ­es.

Anunciada em 2008, na gestão José Serra (PSDB), a linha 6 chegou a ser prevista para 2012 e, após a assinatura do contrato, para 2018. O percurso entre a Brasilândi­a (zona norte) e a Liberdade (centro) ganhou o apelido de “linha das universida­des”, devido às paradas perto de instituiçõ­es de ensino.

Empresas participan­tes da PPP —como Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC Engenharia— viraram alvo de investigaç­ões de corrupção em outros contratos pelo país. Sem conseguir financiame­nto, paralisara­m as obras de metrô em setembro de 2016, com apenas 15% de avanço.

O consórcio tentou trocar sócios e convidou uma gigante estatal chinesa para assumir, mas a empresa também desistiu da linha. No último dia 16, o conselho gestor de PPPS aprovou o processo de caducidade do contrato de concessão.

Doria, que tem nas desestatiz­ações uma bandeira política, avalia realizar a obra de maneira convencion­al, sem PPP, por falta de alternativ­as para a parceria privada. A dificuldad­e é achar interessad­os em tocar uma obra dessa magnitude, o tempo de um novo processo de contrato de PPP e os riscos devido ao espólio da construção abandonada, chamariz para discussões judiciais.

Somente após a conclusão do processo de caducidade o governo poderá realizar novos estudos de modelagem econômico-financeira e realizar consultas públicas para lançar novo edital.

 ?? Diego Padgurschi - 14.ago.18/folhapress ?? Obras paradas da linha 6-laranja do metrô, na marginal do Tietê, na Freguesia do Ó (zona norte de SP); estado já gastou R$ 984 milhões em desapropri­ações
Diego Padgurschi - 14.ago.18/folhapress Obras paradas da linha 6-laranja do metrô, na marginal do Tietê, na Freguesia do Ó (zona norte de SP); estado já gastou R$ 984 milhões em desapropri­ações

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