Opositor critica o rival
O empresário Genaro Marino, 62 anos, primeiro vicepresidente do Palmeiras, concorre na eleição de amanhã com o atual mandatário do clube e candidato à reeleição, Maurício Galiotte.
Os dois fizeram parte da gestão do ex-presidente Paulo Nobre, e estão rompidos por divergências em relação à atuação da Crefisa. “O Palmeiras, em primeiro lugar, deixou de existir”, disse Marino, ao Agora.
O candidato acusa o atual mandatário de ter alterado o contrato às escondidas, transformando um investimento de R$ 120 milhões em uma dívida de R$ 150 milhões, por causa de problemas da patrocinadora com a Receita Federal. Agora Quais são os principais objetivos, as propostas de uma gestão Marino?
Marino No futebol, vamos investir, mas de maneira adequada. Outro ponto é o clube social. As instalações do conjunto aquático, sauna, vestiário, estão sofríveis. Estamos sem sala de troféus. Precisamos resolver isso.
Agora Para o senhor, quais foram os erros da gestão de Maurício Galiotte?
Marino O Galiotte mudou o contrato com a Crefisa sem nos consultar, sem falar com os órgãos responsáveis. Ele fez um contrato concordando que o investimento virasse empréstimo. Isso não era risco nosso. Se isso era risco do patrocinador, por que ele tinha que trazer o risco para o Palmeiras? Tem também a alteração do estatuto, que mudou o mandato presidencial de 2 para 3 anos.
Agora Por que o senhor acha que tudo isso foi feito?
Marino A forma como ela [Leila Pereira] entrou no Conselho, como o estatuto está sendo modificado, eu entendo isso como um casuísmo para ela se tornar presidente em 2021, sem respeitar as regras.
Agora Qual é a sua relação hoje com Galiotte? Tem participado das decisões?
Marino Desde o final do ano passado, quando o substituí na presidência, não tivemos mais um relacionamento diário. Distante por ele ter promovido essas mudanças sem falar nada para ninguém. Na minha visão, de forma irregular.
Agora Como será se a patrocinadora não quiser renovar se o senhor for eleito?
Marino Vejo que se existe todo esse amor que ela [Leila] diz ter pelo clube, se nós entrássemos, acredito que ela permaneceria. Agora, se todo esse amor não for suficiente e eles quiserem sair, o clube é muito forte. É um gigante, que terá interesses de outros patrocinadores.
Agora O senhor já foi procurado por alguma empresa?
Marino Eu já fui procurado por duas empresas que manifestaram vontade de trabalhar conosco. Uma é da área da energia, e pediu confidencialidade até a definição das eleições.
Agora Tem intenção de que a Crefisa permaneça?
Marino Nós encaminhamos para ela uma carta para que ela nos informasse, caso sejamos eleitos, se ela sairia. Não tivemos retorno ainda.
Agora O clube até o momento não fechou contrato com a TV aberta para o Brasileiro para 2019...
Marino Centralizador como o Maurício é, não sei o que ele definiu. Sempre vou defender os interesses do Palmeiras. O dinheiro da TV é representativo. Dentro das nossas receitas, a de maior valor é a de televisão. A segunda maior é a bilheteria. A Crefisa é só a terceira. O quarto é o programa Avanti.
Agora Pretende renovar contrato com o Alexandre Mattos e segurar o Dudu?
Marino O Dudu é o principal jogador no Brasil. Eu não vejo um jogador com as características de jogo que ele possui. Eu, como dirigente, vou querer ter ele na equipe. Nós fomos responsáveis [gestão Paulo Nobre, da qual fez parte] pela vinda do Alexandre Mattos. O Galiotte queria o Rodrigo Caetano na época. Vou procurar manter ele também.
Agora Tem a intenção de tentar convencer o Paulo Nobre a participar de alguma forma de uma eventual gestão do senhor?
Marino O Paulo Nobre é amigo e leal. Eu acho importante ele estar junto. Como consultor, ou embaixador. Eu acredito que na gestão, se for necessário, vamos ter a colaboração dele também. Se ele aceitar.