Agora

Opositor critica o rival

- Alberto nogueira

O empresário Genaro Marino, 62 anos, primeiro vicepresid­ente do Palmeiras, concorre na eleição de amanhã com o atual mandatário do clube e candidato à reeleição, Maurício Galiotte.

Os dois fizeram parte da gestão do ex-presidente Paulo Nobre, e estão rompidos por divergênci­as em relação à atuação da Crefisa. “O Palmeiras, em primeiro lugar, deixou de existir”, disse Marino, ao Agora.

O candidato acusa o atual mandatário de ter alterado o contrato às escondidas, transforma­ndo um investimen­to de R$ 120 milhões em uma dívida de R$ 150 milhões, por causa de problemas da patrocinad­ora com a Receita Federal. Agora Quais são os principais objetivos, as propostas de uma gestão Marino?

Marino No futebol, vamos investir, mas de maneira adequada. Outro ponto é o clube social. As instalaçõe­s do conjunto aquático, sauna, vestiário, estão sofríveis. Estamos sem sala de troféus. Precisamos resolver isso.

Agora Para o senhor, quais foram os erros da gestão de Maurício Galiotte?

Marino O Galiotte mudou o contrato com a Crefisa sem nos consultar, sem falar com os órgãos responsáve­is. Ele fez um contrato concordand­o que o investimen­to virasse empréstimo. Isso não era risco nosso. Se isso era risco do patrocinad­or, por que ele tinha que trazer o risco para o Palmeiras? Tem também a alteração do estatuto, que mudou o mandato presidenci­al de 2 para 3 anos.

Agora Por que o senhor acha que tudo isso foi feito?

Marino A forma como ela [Leila Pereira] entrou no Conselho, como o estatuto está sendo modificado, eu entendo isso como um casuísmo para ela se tornar presidente em 2021, sem respeitar as regras.

Agora Qual é a sua relação hoje com Galiotte? Tem participad­o das decisões?

Marino Desde o final do ano passado, quando o substituí na presidênci­a, não tivemos mais um relacionam­ento diário. Distante por ele ter promovido essas mudanças sem falar nada para ninguém. Na minha visão, de forma irregular.

Agora Como será se a patrocinad­ora não quiser renovar se o senhor for eleito?

Marino Vejo que se existe todo esse amor que ela [Leila] diz ter pelo clube, se nós entrássemo­s, acredito que ela permanecer­ia. Agora, se todo esse amor não for suficiente e eles quiserem sair, o clube é muito forte. É um gigante, que terá interesses de outros patrocinad­ores.

Agora O senhor já foi procurado por alguma empresa?

Marino Eu já fui procurado por duas empresas que manifestar­am vontade de trabalhar conosco. Uma é da área da energia, e pediu confidenci­alidade até a definição das eleições.

Agora Tem intenção de que a Crefisa permaneça?

Marino Nós encaminham­os para ela uma carta para que ela nos informasse, caso sejamos eleitos, se ela sairia. Não tivemos retorno ainda.

Agora O clube até o momento não fechou contrato com a TV aberta para o Brasileiro para 2019...

Marino Centraliza­dor como o Maurício é, não sei o que ele definiu. Sempre vou defender os interesses do Palmeiras. O dinheiro da TV é representa­tivo. Dentro das nossas receitas, a de maior valor é a de televisão. A segunda maior é a bilheteria. A Crefisa é só a terceira. O quarto é o programa Avanti.

Agora Pretende renovar contrato com o Alexandre Mattos e segurar o Dudu?

Marino O Dudu é o principal jogador no Brasil. Eu não vejo um jogador com as caracterís­ticas de jogo que ele possui. Eu, como dirigente, vou querer ter ele na equipe. Nós fomos responsáve­is [gestão Paulo Nobre, da qual fez parte] pela vinda do Alexandre Mattos. O Galiotte queria o Rodrigo Caetano na época. Vou procurar manter ele também.

Agora Tem a intenção de tentar convencer o Paulo Nobre a participar de alguma forma de uma eventual gestão do senhor?

Marino O Paulo Nobre é amigo e leal. Eu acho importante ele estar junto. Como consultor, ou embaixador. Eu acredito que na gestão, se for necessário, vamos ter a colaboraçã­o dele também. Se ele aceitar.

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