Agora

Felipão, o comandante da virada no título brasileiro

Após ser execrado na Copa 2014, o técnico foi para a China e voltou para salvar o ano do Palmeiras

- Alberto nogueira luiz cosenzo rafaela cardoso

Visto sob desconfian­ça quando contratado em julho, Luiz Felipe Scolari, o Felipão, de 70 anos, é o maior símbolo da grande virada do Palmeiras no Campeonato Brasileiro, que culminou com a conquista da competição.

De mero figurante na briga pelo título após a derrota para o Fluminense por 1 a 0, pela 15ª rodada, quando caiu para a sétima colocação e ficou oito pontos atrás do até então líder Flamengo, o time alviverde reagiu com a chegada do novo treinador, embalou a maior sequência invicta da história dos pontos corridos (22) e sagrou-se campeão, algo considerad­o improvável há quatro meses.

Na oportunida­de, a diretoria do clube do Parque Antarctica demitiu Roger Machado e buscou o pentacampe­ão mundial apostando exatamente em sua especialid­ade em torneios matamata. Em situação difícil no Nacional, a esperança para salvar a temporada era ganhar a Copa do Brasil e/ou Libertador­es, principal obsessão da torcida.

E Felipão tinha retrospect­o positivo de sobra nas duas competiçõe­s. Ele venceu o mata-mata brasileiro quatro vezes (1991, 1994, 1998 e 2012, sendo as duas últimas pelo Palmeiras) e duas o torneio continenta­l (1995 e 1999), um pelo alviverde.

“Estamos trazendo um perfil vencedor, um técnico que tem amplo conhecimen­to dos valores do Palmeiras, das competiçõe­s que estamos disputando. Esperamos um time que tenha bastante entrega, que tenha uma postura diferente daquilo que vínhamos tendo”, disse o presidente do Palmeiras, Maurício Galliote, em agosto.

Família Scolari

Felipão chegou também com a incumbênci­a de melhorar o clima no vestiário do time. Dudu demonstrav­a irritação com Roger, enquanto Lucas Lima não conseguia reeditar o seu futebol do Santos. O elenco, considerad­o um dos principais do país, também era pouco utilizado pelo antigo comandante.

Ele também colocou que os problemas internos seriam resolvidos dentro do vestiário. Com a sequência de jogos, o técnico praticamen­te montou dois times. Um para o Brasileiro e outro para os torneios mata-matas. Assim, nomes que tinham poucas oportunida­des com Roger começaram a ser usados com frequência, como Mayke, Victor Luís, Gustavo Gómez, Luan, Moisés e Deyverson.

Desta forma, colocou o Palmeiras na seminal da Copa do Brasil e da Libertador­es. Ao mesmo tempo, o time arrancou no Nacional e entrou definitiva­mente na briga pelo decacampeo­nato.

Se nos mata-matas o Palmeiras não conseguiu o título, no Brasileirã­o ele seguiu de vento em popa.

Com a vantagem na liderança, Felipão soube montar o time para cada decisão na reta final, que culminou com o título, o seu primeiro em pontos corridos no país. Ele já havia faturado o torneio com o Grêmio em 1996, ainda no formato mata-mata.

O título faz também Felipão afastar as sombras que o cercavam, como a fama de ser um técnico ultrapassa­do e ainda o 7 a 1 sofrido para a Alemanha na Copa 2014.

Após o Mundial, teve uma passagem pelo Grêmio sem sucesso. Na sequência, ficou dois anos e meio na China, conquistan­do sete títulos pelo Guangzhou Evergrande. E agora coroa seu trabalho com o troféu do Brasileirã­o.

 ?? Cesar Greco/ag. Palmeiras/divulgação ?? O técnico Felipão põe o Verdão no rumo do caneco do Brasileirã­o
Cesar Greco/ag. Palmeiras/divulgação O técnico Felipão põe o Verdão no rumo do caneco do Brasileirã­o

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil