Agora

Verdão amplia o seu domínio no país

- Alberto nogueira

A conquista do Brasileiro deste ano foi a décima conquista palestrina na principal competição do país e fez o clube se isolar ainda mais como o maior vencedor —os rivais do estado Santos, Corinthian­s e São Paulo vêm atrás, respectiva­mente, com oito, sete e seis canecos. Com isso, o estado de São Paulo chega a 31 conquistas, contra 15 do Rio de Janeiro, o segundo com mais títulos.

Apesar de ter liderado boa parte da competição, seguido de longe pelos principais concorrent­es, nem sempre a trajetória campeã foi tranquila. Confira como o Verdão chegou aos troféus que o levaram ao recorde no Brasil.

Campeão paulista de 1959, o Palmeiras ganhou a oportunida­de de disputar a Taça Brasil ao lado de outros 16 campeões estaduais. Organizada pela CBD (atual CBF), a competição contou com o alviverde somente a partir da semifinal. A estreia foi no empate por 0 a 0 com o Fluminense, no Pacaembu. No jogo de volta, no Maracanã, vitória com gol de Humberto aos 44min do segundo tempo. O primeiro título nacional veio com dois triunfos sobre o Ceará. O primeiro, em Fortaleza, por 3 a 1 (dois gols de Romeiro e um de Humberto), e o segundo, em São Paulo, quando goleou por 8 a 2. Zequinha, Chinesinho (dois), Romeiro, Julinho Botelho, Cruz (dois) e Humberto fizeram os gols e cravaram seus nomes na história.

Organizado pelas federações do Rio e de São Paulo, o Torneio Roberto Gomes Pedrosa foi o primeiro de nível nacional não disputado no mata-mata. Na briga com mais 14 clubes, a Primeira Academia, com Djalma Santos e Ademir da Guia, superou Corinthian­s, Inter e Grêmio e ficou com o título. Outro grande destaque foi o centroavan­te César Maluco, artilheiro com 15 gols, ao lado de Ademar, do Flamengo. Com vaga direta na semifinal, o Palmeiras perdeu para o Grêmio por 2 a 1, em Porto Alegre, mas deu o troco, 3 a 1, em São Paulo. Na partida derradeira, venceu por 2 a 1 para enfrentar o Náutico na final. Na ida, no Recife, 3 a 1 para o Verdão. Na volta, 2 a 1 para o Timbu. O duelo decisivo foi no Maracanã: César Maluco e Ademir da Guia fizeram 2 a 0 para o alviverde.

A quarta conquista nacional encerrou umas das décadas mais vitoriosas do clube. Era também o último título da lendária Primeira Academia. Na competição com 17 times, o Palmeiras avançou para o quadrangul­ar final com Corinthian­s, Botafogo e Cruzeiro. A disputa foi acirradíss­ima, decidida entre os líderes Palmeiras e Cruzeiro apenas no saldo de gols (um a mais para os paulistas).

O primeiro grande título da Segunda Academia, de Leão, Luís Pereira, Dudu, Ademir da Guia e Leivinha, foi o Nacional de 1972. Depois de “passear” pela 1ª fase e quase se complicar na 2ª, quando perdeu para o São Paulo por 2 a 0, o Palmeiras garantiu a melhor campanha da competição e o direito de jogar pelo empate nos jogos eliminatór­ios, realizados em confronto único. E foi assim, com 1 a 1 ante o Inter, na semi, e 0 a 0 com o Botafogo, na final, que o time alviverde chegou ao quinto troféu.

O Palmeiras, do técnico Oswaldo Brandão, levou a melhor no torneio com 40 clubes graças ao brilho de seus defensores, como o zagueiro Luís Pereira e o goleiro Leão, protegidos pelo volante Dudu. Como em trecho de seu hino, “a defesa que ninguém passa” sofreu só 13 gols em 40 jogos (25 vitórias, 12 empates e 3 derrotas) e, com isso, contribuiu para o segundo título nacional seguido.

Sem o peso do tabu de 17 anos sem taças, recém-encerrado no Paulista, o time de Luxemburgo reconquist­ou o Nacional após 20 anos. A campanha do esquadrão de Antônio Carlos, Roberto Carlos, César Sampaio, Mazinho, Edmundo, Zinho, Evair e Edílson foi excepciona­l: 16 vitórias, 4 empates e 2 derrotas —40 gols marcados e 17 sofridos. Na decisão, o clube venceu o Vitória por 1 a 0 na ida, gol de Edílson, e 2 a 0 na volta, no Morumbi, gols de Evair e Edmundo.

O time foi campeão diante do arquirriva­l Corinthian­s, no Pacaembu, com vitória por 3 a 1 na primeira partida da final, gols de Rivaldo (dois) e Edmundo, e empate em 1 a 1 no segundo jogo, quando Rivaldo marcou novamente. Era apenas o segundo ano da parceria milionária com a multinacio­nal Parmalat.

“Seremos campeões”. A frase dita pelo técnico Cuca após a queda no Paulista e virou piada entre os rivais. Meses depois, ele cumpriu a promessa e, com a vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoens­e, o alviverde faturou o seu nono título brasileiro, o primeiro na era dos pontos corridos. A conquista, que encerrou um jejum de 22 anos na competição, teve como destaques o goleiro Jaílson, os volantes Tchê Tchê e Moisés, o veterano Zé Roberto e os atacantes Dudu e Gabriel Jesus.

 ?? Paulo Giandália - 19.dez.93/folhapress ?? Antônio Carlos (à esq.) e Edmundo festejam o triunfo sobre o Vitória, no Morumbi, na decisão do Brasileiro de 1993
Paulo Giandália - 19.dez.93/folhapress Antônio Carlos (à esq.) e Edmundo festejam o triunfo sobre o Vitória, no Morumbi, na decisão do Brasileiro de 1993

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