Agora

Crédito e incentivos para duas rodas contribuír­am para alta de acidentes

- (FSP)

Nas últimas décadas, o principal acelerador das mortes nas ruas e estradas brasileira­s foi o forte aumento de motociclet­as nas vias. O fenômeno é explicado em parte pelo maior acesso a crédito e incentivos à industria automotiva. “Hoje é mais barato pagar pela parcela de uma moto do que pela passagem do ônibus”, disse José Aurélio Ramalho, presidente do Observatór­io Nacional de Segurança Viária.

Em 2000, a frota de motos era de 3,5 milhões de unidades no país. Já em 2016 eram quase 21 milhões.

A participaç­ão deste transporte nas vias brasileira­s saltou de 12% para 22% do total de veículos —a de carros caiu de 57% para 55%. Atualmente Maranhão, Piauí e Ceará têm mais de 44% de sua frota composta por motos. Já São Paulo, Rio de Janeiro e DF esse índice fica abaixo dos 16%.

O aumento da frota não foi devidament­e acompanhad­o por educação no trânsito e fiscalizaç­ão. No mesmo período (2000 a 2016), as mortes de motociclis­tas saltaram de cerca de 2.500 por ano para mais de 12 mil.

Motociclis­tas passaram a ocupar o topo do ranking de vítimas no trânsito no Brasil em 2009. E essa liderança se amplia a cada ano. Em 2016, segundo o Ministério da Saúde, 32% das mortes eram de motociclis­tas —ocupantes de carros são 24% e pedestres, 21%.

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Homens preparam dois dos macacos hidráulico­s usados para levantar o viaduto na marginal Pinheiros que cedeu no dia 15 de dezembro; trabalho continua hoje

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