Bolsonaro defende fim de teto para Forças Armadas
Para o presidente eleito, dar reajustes a militares e investir em infraestrutura devem ser prioridade
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse ontem considerar a possibilidade de não estabelecer um teto de gastos para as Forças Armadas em seu governo. Para ele, os aumentos salariais para militares, assim como os investimentos em infraestrutura, devem ser tratados como “prioridade”.
“Essa questão tem sido muito conversada com o Paulo Guedes [futuro ministro da Economia]. Nós temos um orçamento diminuto, mas precisamos entender que aportes para as Forças Armadas são investimento e não despesa. O que for possível, faremos sim”, afirmou, durante entrevista concedida depois da cerimônia de formatura dos aspirantes a oficiais da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) em Resende (RJ).
O futuro presidente reiterou a vontade colocar em votação, o quanto antes, a revogação uma medida provisória para que os militares possam ter os seus reajustes salariais garantidos.
“Precisamos colocar em votação a revogação da medida provisória 2215 [do ano de 2001, que nunca foi votada pelo Senado ou pelo Congresso], para que possamos ter um salário compatível com as nossas atribuições. Para isto, é fundamental uma lei que reconheça a importância das forças Armadas”, afirmou.
Entre outras medidas, a PEC 2215/2001 acabou com a promoção automática dos militares que passam para reserva, o auxílio-moradia e o adicional de inatividade dos militares. Em 2015, exercendo o mandato de deputado federal pelo Rio, Bolsonaro chegou a liderar um grupo de parlamentares que encaminhou pedido formal ao então ministro da Defesa Aldo Rebelo para que a votação fosse acelerada.
As declarações foram dadas durante a cerimônia de formatura dos aspirantes a oficiais da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras). Bolsonaro, que se formou na instituição militar em 1977, foi recebido com entusiasmo por parentes dos militares presentes ao evento.