Livro narra bastidores de negócios de Lulinha
Sem editora, circula há quase um mês, no Rio de Janeiro, o livro “Sócio do Filho: As Verdades Sobre os Negócios Milionários do Filho do Ex-presidente Lula”.
É um depoimento de Marco Aurélio Vitale, ex-executivo das empresas de Jonas Suassuna, com sua versão sobre os bastidores da sociedade do empresário com Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.
Suassuna foi sócio de Lulinha na Play TV e dono de metade do sítio em Atibaia (64 km de SP) atribuído a Lula pelo Ministério Público Federal. No terreno de sua propriedade não houve reformas, o que fez com que não fosse denunciado na ação sobre os investimentos feitos por empreiteiras.
Pelo relato de Vitale, o empresário se aproveitou de Lulinha por volta de 2005 para retomar um sucesso empresarial perdido, enquanto o filho do ex-presidente precisava de uma fachada para receber seus recursos da empresa de telefonia Oi.
“Os malabarismos de retórica do grande mentiroso encantaram os futuros sócios. O empresário quebrado posou de milionário, e convenceu”, escreve o ex-executivo.
O ex-diretor comercial do Grupo Gol —firma de Suassuna que atua nas áreas editorial e de tecnologia e sem relação com a companhia aérea de mesmo nome— afirma que empresas de seu exempregador foram usadas para repassar dinheiro da Oi ao filho do ex-presidente.
Os negócios seriam fruto de tráfico de influência de Lula e seriam de fachada. O caso está sob análise da Polícia Federal em Curitiba. Todos os acusados negam a influência do petista nos negócios.
A principal novidade do livro é a descrição da personalidade irascível de Suassuna. O ex-diretor da Gol revela traços místicos do ex-patrão. Relata que o empresário contava com uma mãe de santo para opinar sobre negócios e afastar adversários.
Vitale relata ainda no livro a tentativa de Suassuna de demonstrar proximidade com o ex-presidente —e a contrariedade de aliados.
Suassuna nega ter sido beneficiado pela Oi em razão de suas relações com o filho de Lula. Quando as revelações de Vitale vieram à tona, no ano passado, a Oi afirmou que as empresas do Grupo Gol “são reconhecidas no mercado e fornecedoras de grandes companhias que operam no país”.