Maconha sintética é achada em prisões de São Paulo
Droga produzida em laboratório foi apreendida em 19 unidades do estado neste ano
Uma nova droga, chamada de maconha sintética, chegou ao sistema carcerário paulista. A primeira apreensão aconteceu na véspera do Natal de 2017, na Penitenciária de Presidente Bernardes (580 km de SP).
Neste ano, entre janeiro e outubro, a droga, chamada também de k4 e k2, foi apreendida 41 vezes nas prisões paulistas. Os dados são da Secretaria da Administração Penitenciária, da gestão Márcio França (PSB). As apreensões deste ano ocorreram em 19 unidades. O Centro de Detenção Provisória de Santo André (ABC) e a Penitenciária de Capela do Alto (136 km de SP) registraram o maior número de apreensões: sete cada uma (veja quadro ao lado).
A maconha sintética é produzida em laboratório, em forma líquida, e foi criada para simular os efeitos da natural. A droga é borrifada em papéis ou ervas de chá, e depois, fumada. No caso dos presídios, estava em cartões, selos e até mesmo fotografias. Houve casos em que o papel com a droga estava escondido em um rolo de papel higiênico e em uma Bíblia.
A droga age de forma “mais intensa” no organismo, em comparação à maconha natural. “O THC [substância que dá o feito na maconha natural] age parcialmente no cérebro. Já a droga sintética, na grande maioria, ativa com intensidade maior, de forma quase total, os receptores cerebrais, gerando um efeito mais intenso”, afirma Renato Filev, pesquisador na área de neurociência do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Ele diz que a droga começou a ser desenvolvida em laboratórios chineses.
Mais forte
Segundo o pesquisador, não é possível estimar “o quão mais fortes” são as substâncias sintéticas, que no Brasil também são produzidas em laboratórios clandestinos. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou, por meio de nota, que a maconha sintética faz parte da relação das substâncias psicotrópicas que são proibidas no país. Um composto químico que simula, de forma mais intensa, os efeitos da maconha. A substância é borrifada em folhas de papel ou em ervas de chá. Depois, elas são fumadas Em laboratórios clandestinos, no Brasil. Começou a ser produzida na China A maconha natural age no organismo por meio do THC, que se liga aos receptores cerebrais (proteínas que permitem a interação de determinadas substâncias com o organismo). A sintética faz o mesmo, mas com efeito mais intenso Não é possível mensurar a força do efeito da maconha sintética, pois a droga é feita em laboratórios clandestinos, expondo os usuários a riscos