Relatos podem ser suficientes contra médium João de Deus
Força-tarefa busca relatos de crime sexual, e 7 mulheres formalizam queixa. Ele nega acusações
Depoimentos de vítimas poderão ser provas suficientes para embasar uma investigação contra o médium João Teixeira de Faria, 76 anos, o João de Deus. A avaliação é do Ministério Público de Goiás e de outros integrantes de uma força-tarefa iniciada ontem para receber os relatos e investigar as denúncias contra o médium. Ele nega as acusações.
No sábado, 13 mulheres relataram ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, e ao jornal O Globo terem sido abusadas sexualmente por ele, que mantém a Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, no interior de Goiás.
A reportagem também revelou a acusação feita por uma empresária paulistana de origem libanesa. Nesta segunda, sete mulheres formalizaram queixa na Polícia Civil de Goiás e irão prestar depoimentos —apenas no final de semana houve 25 novos relatos, mas os demais não foram oficializados.
O promotor Luciano Miranda Meireles afirmou que os depoimentos podem ser o único meio de comprovar as acusações, já que crimes como o de estupro não ocorrem à luz do dia nem têm testemunhas. “Não há por que duvidarmos dos relatos das vítimas. É claro que não vamos encontrar vestígios do crime nem lesões”, afirmou.
Outras supostas vítimas procuraram as Promotorias de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. O Ministério Público avalia medidas nas áreas cível e criminal. A investigação pode culminar na interdição do espaço utilizado por João de Deus para os atendimentos. “Se for verificado que o local é voltado para a prática de crimes, a interdição pode ocorrer.”
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sobre o caso João de Deus na pág. A4