Ambulantes tomam ruas e bloqueiam trânsito no Pari
Camelôs colocam mercadorias nas ruas, deixando pouco espaço para pedestres. Carros nem passam
Com a aproximação do Natal, o comércio ilegal de ambulantes tomou conta das ruas do Pari (região central de SP) pela manhã, não deixando espaço para carros e pedestres, que disputam cada centímetro da via.
Ontem, a reportagem do Agora esteve por seis horas no local. Não havia fiscalização da Prefeitura de São Paulo, sob a gestão Bruno Covas (PSDB), nem a presença da Polícia Militar. A reportagem andou pelas ruas Tiers, Victor Hugo, João Teodoro e Hannemann. Às 6h30, já era praticamente impossível andar pela rua Tiers, o local com a pior situação. O asfalto se transformou em um mar de roupas, calçados e acessórios em carrinhos de supermercados ou em lojas e sacos de lixo. Havia ainda cabideiros e barracas com mercadorias.
Na Tiers, não se ouvia buzinas de carros ou motos, só o jargão “Olha o pesado!”, uma forma de sacoleiros e camelôs pedirem passagem. Geralmente, os ambulantes ficam nas ruas até o início da tarde, mas às 10h30 o trânsito começa ser liberado.
Nos cruzamentos da rua Tiers, motoristas que circulavam pelas demais vias da região tentavam a sorte de conseguir atravessar para o outro lado. Por volta das 9h, algumas lojas estavam vazias. Outras tinham poucos clientes, e os consumidores ainda se espremiam no meio da rua.
Nas outras ruas, havia apenas um espaço no meio dos camelôs para veículos passarem. O motorista de motorista de táxi Jefferson Rodrigues Felipe, 34 anos, demorou para atravessar a rua Vitor Hugo. “É muito difícil dirigir nesta região. Trabalho das 3h ao meio-dia, e quando passo por aqui fico 50 minutos preso em uma rua”, afirmou.
Por volta das 9h, algumas lojas estavam vazias. Outras tinham poucos clientes, e os consumidores ainda se espremiam no meio da rua.
Na rua Hannemann, camelôs ocupavam as calçadas, a ciclovia e parte do meio da rua. Funcionários do Hospital do Pari reclamaram do barulho, da sujeira e bagunça causados pelos ambulantes. Segundo eles, já foram feitas queixas à prefeitura e à PM.
Operação na Concórdia
A confusão no Pari acontece a cerca de 1 km do largo da Concórdia, no Brás (região central), onde a gestão Covas realiza desde a semana passada uma operação para impedir a ação de camelôs irregulares, com a mobilização de guardas-civis e PMS.