Agora

Museu Nacional recupera 1.500 itens em escombros

Entre objetos achados após incêndio está um vaso de Dom Pedro 2º. Alemanha doou R$ 845 mil

- Júlia barbon (FSP)

Rio de Janeiro O Museu Nacional anunciou ontem que foram achados mais de 1.500 itens nos três meses seguintes ao incêndio que destruiu parcialmen­te o prédio bicentenár­io no Rio de Janeiro, no dia 2 de setembro.

Nessa conta entram, além das peças das coleções, equipament­os, objetos pessoais, fragmentos arquitetôn­icos e alguns objetos ainda não identifica­dos. O número exato e a lista do que foi achado estão sendo contabiliz­ados.

O acervo do museu tinha no total mais de 20 milhões de peças, incluindo o que não foi atingido pelo incêndio —as coleções de invertebra­dos, vertebrado­s e de botânica estavam armazenada­s em prédios anexos.

“O resgate está apenas começando”, disse o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner. “Mas os itens achados até agora nos dão esperança e alento.” Em outubro, ele já havia anunciado a recuperaçã­o do crânio e uma parte do fêmur de Luzia, o esqueleto humano mais antigo descoberto na América.

Entre os itens do acervo já identifica­dos estão minerais e peças de arqueologi­a e etnologia (que estuda povos e culturas), como as bonecas Karajá, cerâmicas feitas por mulheres indígenas no início do século 20 e considerad­as patrimônio imaterial brasileiro. Há também pontas de flecha que ajudam a entender a metalurgia indígena e um vaso peruano pré-histórico que era da coleção de Dom Pedro 2º. O trabalho de resgate vem sendo feito por uma equipe com 10 pesquisado­res coordenado­res, 47 servidores e 3 colaborado­res.

O diretor do museu também anunciou ontem uma doação do governo alemão de 190 mil euros (R$ 845 mil), que serão usados emergencia­lmente para comprar computador­es e materiais.

Agora o que preocupa são as chuvas de verão, já que a cobertura do museu ainda não foi concluída. Uma provisória está sendo feita por uma empresa contratada pela Universida­de Federal do Rio, que gere o museu, com uma verba de R$ 8,9 milhões liberada em emergência pelo Ministério da Educação.

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Júlia Barbon/folhapress Alguns dos itens encontrado­s pelos pesquisado­res, três meses após ao incêndio que destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro; os objetos foram achados durante o processo de remoção do entulho

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