Morre aos 96 anos o palhaço Picolino, em SP
Famoso na TV nos anos 1980 com seu personagem, Roger Avanzi foi referência a artistas circenses
Um dos maiores nomes da arte circense brasileira, Roger Avanzi, o Palhaço Picolino, morreu na noite de anteontem —data em que foi comemorado o Dia do Palhaço— em consequência de falência múltipla dos órgãos. O artista, referência em sua área de atuação, tinha 96 anos.
Nos anos 1980, seu personagem, herdado do pai, também palhaço, ficou famoso na TV Cultura, na atração “Circo do Bambalalão”.
Avanzi morreu na própria residência, no bairro Praça da Árvore (zona sul). O velório foi no Centro Cultural Olido (centro); o enterro, ao fim da tarde de ontem, no Cemitério São Paulo (zona oeste).
Companhias de teatro e Roger Avanzi, o palhaço Picolino, em entrevista à revista Crescer, em 2008 artistas circenses lamentaram a morte do veterano.
Trajetória
Avanzi nasceu em São José do Rio Preto (451 km de SP) e cresceu sob a lona do Circo Nerino, fundado por Nerino Avanzi, de quem era filho.
Foi acrobata, equilibrista, jóquei, músico, cantor e ator. Depois, transformou-se no segundo Palhaço Picolino, substituindo seu pai.
Após o fim do Circo Nerino, em 1964, rodou o Brasil com o Circo Garcia. Na década de 1970, passou a ensinar a arte circense na Academia Piolin, em São Paulo, no projeto Enturmando e na Escola Picadeiro, inspirando a criação da Escola Picolino de Artes do Circo, em Salvador (BA).
Avanzi foi mentor de artistas e grupos circenses hoje reconhecidos, a exemplo do Lamínima, fundado há 20 anos por Fernando Sampaio e Domingos Montagner.
Nos anos 2000, trabalhou como ator na montagem de “O Jardim das Cerejeiras”, de Tchecov (1806-1904), e no filme “Narradores de Javé” (2003). Com Veronica Tamaoki, lançou livro sobre o Circo Nerino e ajudou a fundar, há nove anos, o Centro de Memória do Circo, no Centro Cultural Olido.