Atirador cita perseguição e massacre no Rio em diário
Em anotações que foram apreendidas em casa, ele cita ataques ocorridos no Ceará e em Realengo
Campinas Anotações em forma de diário apreendidas na casa de Euler Fernando Grandolpho, 49 anos, apontam que ele se sentia perseguido e fazem possíveis referências a massacres no Ceará e em Realengo (RJ).
Entre os itens apreendidos no quarto do atirador, que morava com o pai em Valinhos (88 km de SP), estão um tablet, dois computadores, dois gravadores, uma câmera fotográfica e um celular.
“Passei com o meu cão em frente uma construção ao lado de uma casa q. os moradores tem uma veterinária e uma delas gritou com as paredes: e aí Ceará, sobre o massacre ocorrido dias atrás. Ok. Hj, 31/01/18 passei por lá e falei alto com o celular desligado na orelha E AÍ REALENGO [sic]”, escreveu Euler.
A referência provável é à chacina de 27 de janeiro deste ano em uma casa de shows de Fortaleza, onde 14 pessoas foram assassinadas. O crime teria sido fruto da disputa por territórios de tráfico de drogas entre facções.
Já a menção a Realengo é uma possível referência ao que ficou conhecido como massacre de Realengo, quando 12 crianças foram mortas e outras 11 ficaram feridas na Escola Municipal Tasso da Silveira, na zona oeste do Rio, em 2011. O atirador era o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, que invadiu duas salas atirando com dois revólveres.
Em outro trecho, Euler escreve: “170 km/h foi condenado a 9,5 anos, qual será a pena p/ os viados q estão ouvindo minha casa, me perseguindo etc, etc, etc... há + de 10 anos? Uma viagem pelo mediterrâneo com direito a acompanhante com tudo pago ????? ”
Outro ponto que será priorizado pela polícia é tentar identificar a origem das duas armas que estavam com Euler, ambas com numerações raspadas. Uma pistola CZ75S, de fabricação checa, e um revólver calibre 38, que não foi usado. Segundo a polícia, a munição é antiga e não poderá ser rastreada.