Prefeitura pede na Justiça 48% de empresa de Maluf
Em março de 1997, o exprefeito Paulo Maluf reuniuse em Paris com um advogado suíço e um operador financeiro jordaniano o que fazer com recursos que ele tinha na Europa.
Uma das decisões foi investir US$ 75 milhões “de maneira discreta” em papéis da Eucatex, de propriedade de sua família, segundo documentos do Deutsche Bank, que cuidou da operação. Foram aplicados US$ 172 milhões na empresa, de acordo com investigações do Ministério Público de São Paulo.
Agora a prefeitura quer todo esse dinheiro de volta.
Investigações conduzidas no Brasil, na Suíça, nos EUA e no Reino Unido apontam que os recursos injetados na Eucatex haviam sido desviados de duas obras feitas por Maluf à época em que foi prefeito de São Paulo (19931996): a avenida Jornalista Roberto Marinho (antiga Água Espraiada) e o túnel Ayrton Senna.
Em ação judicial que tramita na ilha de Jersey, a prefeitura e o Ministério Público de São Paulo pedem a devolução dos US$ 172 milhões (R$ 667 milhões).
A prefeitura pode receber 48% das ações da empresa que estão em nome de fundos, quase o dobro do que a família Maluf detém, 25%.
Em nota, a Eucatex se diz terceira em eventuais litígios. Jorge Nemer, um dos advogados que defende Maluf, não quis se manifestar.