Agora

O adeus do Senhor Pódio

- Claudinei Queiroz

Em abril de 2016, o nadador Cesar Cielo passou por sua maior frustração na carreira. Único brasileiro campeão olímpico e recordista mundial de duas provas (50m livre e 100m livre), o paulista de Santa Bárbara d’oeste ficou em terceiro no Troféu Maria Lenk e deixou escapar a chance de disputar a Olimpíada Rio-2016.

Ao sair da piscina, as lágrimas não o deixaram esconder a frustração. Afinal, o maior nadador brasileiro de todos os tempos deixaria de competir justamente nos Jogos em sua terra natal!

Após um período longe dos holofotes para pensar no futuro, Cesão resolveu voltar à rotina de treinos e, de novo na seleção, conquistou a prata no revezament­o 4x100 m livre no Mundial de Budapeste-2017. Foi a medalha que faltava para ele igualar o também legendário iatista Robert Scheidt na liderança dos atletas brasileiro­s com mais pódios em campeonato­s mundiais: 17.

Poderia até ser o fim da carreira na seleção, mas Cesão resolveu disputar mais um mundial, o de piscina curta de Hangzhou (CHN). Assim, na segunda-feira, ele voltou a subir no pódio com o bronze no 4x100 m livre, superando Scheidt e assumindo o posto de maior medalhista em mundiais.

Hoje cedo ele ainda tem chance de conquistar outra medalha, nos 50 m livre, sua prova favorita. Aos 31 anos, ele enfrentará rivais pelo menos cinco anos mais jovens que ele. O favorito, aliás, tem nove anos a menos: o norteameri­cano Caeleb Dressel. Mas em se tratando de Cesar Cielo, é bom os adversário­s ficarem com as barbas de molho. Subindo ou não no pódio, Cesão já poderá se aposentar com um currículo de fazer inveja: 18 medalhas em mundiais: 5 ouros, uma prata e 5 bronzes em piscina curta, e 6 ouros e 1 prata em piscina longa. Não é para qualquer um!

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