Agora

Forró revelou retrato do país

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Luiz Gonzaga (1912-1989) não inventou o forró nem o baião. Mas, definitiva­mente, fez algo importante para marcar esses ritmos na cultura brasileira: o artista os levou ao alcance de todos os cantos do país, quando esses estilos eram ainda marcados por frequentar­em apenas os espaços do Nordeste.

Desde seu nascimento, em Exu, cidade do interior de Pernambuco, até sua morte, em Recife, ele criou músicas que entraram para a cultura brasileira, entre elas “Asa Branca” e “Vida de Viajante”. Além de belas, essas composiçõe­s ajudaram a divulgar um retrato da dura realidade do interior do país.

Mas há outros fatores que colaborara­m para que sua arte fosse lembrada até hoje. “A música do Gonzagão tem uma identidade muito forte, que influencio­u os artistas através das épocas. Tudo o que ele falava nas letras, de tão verdadeiro que era, permaneceu”, analisa Eduardo Wenceslau, guitarrist­a do grupo Circuladô de Fulô.

Sua vida teve uma série de passagens interessan­tes. Ao se envolver com a filha de um poderoso e também frustrado por sua família não permitir o namoro, Gonzaga ficou nove anos no Exército, sem dar notícia aos pais.

Adotou um filho, Gonzaguinh­a (1945-1991), também cantor. Essa relação ficou registrada no filme “Gonzaga —De Pai pra Filho” (2012), de Breno Silveira. (LV)

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