Batendo cabeça na Previdência
Muita gente acreditou no início do ano que o governo Jair Bolsonaro (PSL) poderia fazer, com rapidez, uma reforma profunda da Previdência. Agora, o pessoal vai caindo na real.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já baixou a bola da ideia de colocar uma nova proposta para votação diretamente no plenário da Casa, sem passar pelas comissões.
O plano era da equipe econômica de Bolsonaro: apenas mudar o texto da reforma apresentada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), para ganhar tempo.
Mas Maia mostrou que não pretende fazer uma manobra como essa num assunto tão enrolado. Se o governo quiser mesmo propor um texto novo, vai ter de começar do zero na Câmara.
O pior é que a turma do Executivo nem mesmo sabe bem o que quer. Nos últimos dias, por exemplo, circulou um rascunho de projeto (ninguém sabe direito de onde veio), que foi logo descartado.
A experiência dos últimos 20 anos ensina que não existe reforma da Previdência fácil, por mais forte e empenhado que esteja o governo.
Afinal de contas, mexer nos direitos dos trabalhadores não é coisa que se possa fazer de uma hora para outra, sem maiores explicações. As resistências serão muitas, inclusive de gente graúda que não quer perder seus privilégios.
Mas a verdade é que alguma coisa precisa ser feita, porque o pagamento de aposentadorias está levando cada vez mais grana do governo.
Bolsonaro deve definir o quanto antes uma proposta que seja justa e tenha chance no Congresso. Grupo Folha