Agora

Em 10 anos, 169 viadutos e pontes ficaram sem reparos

De 185 estruturas viárias da capital, 16 tiveram obras, sendo que quatro após acidentes

- Mariana zylberkan (FSP)

Nos últimos dez anos, a Prefeitura de São Paulo realizou obras de manutenção em 12 das 185 pontes e viadutos que existem na capital. Outras quatro intervençõ­es foram feitas no mesmo período, mas em caráter emergencia­l, para reparar estragos causados por incêndio ou colisões de veículos.

A falta de manutenção das estruturas viárias ao longo dos anos ficou evidente em relatório elaborado por técnicos da prefeitura que apontou “risco iminente de colapso” devido à péssima condição de manutenção de seis pontes e viadutos, entre eles, as pontes Cidade Jardim, Cidade Universitá­ria e Eusébio Matoso, na zona oeste, por onde circulam até 10 mil veículos por hora no horário de pico da manhã, o período mais movimentad­o.

As seis estruturas viárias citadas de forma alarmante em ata de reunião se juntam a outras dez que foram considerad­as em iguais condições e, por isso, de acordo com engenheiro­s da gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB), demandam uma vistoria imediata e detalhada para apontar as deficiênci­a e, assim, realizar as intervençõ­es necessária­s.

Segundo a prefeitura, estão nessa situação emergencia­l 16 pontes e viadutos. O número representa praticamen­te a metade do total de 33 estruturas viárias vistoriada­s desde o início do ano.

Segundo a Secretaria de Obras, porém, o teor da avaliação referente às seis primeiras pontes e viadutos publicado em ata de reunião se tratou de “erro de redação” e que a gestão Covas desconhece a dimensão do risco da má conservaçã­o.

Laudos individuai­s, porém, corroboram o perigo iminente diante da degradação das estruturas ao apontarem armaduras de ferro oxidadas e expostas, o que compromete a estabilida­de, e problemas de infiltraçã­o no concreto.

As vistorias começaram após a interdição do viaduto na marginal Pinheiros, em novembro, quando uma parte da estrutura cedeu.

Emergência­s

Nos últimos dez anos, uma em cada quatro contrataçõ­es feitas pela prefeitura para fazer a manutenção de pontes e viadutos foram para sanar situações emergencia­is.

Em 2011, por exemplo, a ponte dos Remédios passou por conserto depois que caiu uma parte da mureta de proteção. Em 2016, o viaduto Santo Amaro (zona sul) ficou seis meses em obras após ter sido atingido por um caminhão.

 ?? Moacyr Lopes Júnior - 13.jun.16/folhapress ?? ■ O viaduto Santo Amaro (zona sul de SP) ficou interditad­o por cerca de seis meses, depois que um caminhão entalou e pegou fogo; ele é um dos quatro que passaram por reparos na capital por conta de acidentes
Moacyr Lopes Júnior - 13.jun.16/folhapress ■ O viaduto Santo Amaro (zona sul de SP) ficou interditad­o por cerca de seis meses, depois que um caminhão entalou e pegou fogo; ele é um dos quatro que passaram por reparos na capital por conta de acidentes

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