Em 10 anos, 169 viadutos e pontes ficaram sem reparos
De 185 estruturas viárias da capital, 16 tiveram obras, sendo que quatro após acidentes
Nos últimos dez anos, a Prefeitura de São Paulo realizou obras de manutenção em 12 das 185 pontes e viadutos que existem na capital. Outras quatro intervenções foram feitas no mesmo período, mas em caráter emergencial, para reparar estragos causados por incêndio ou colisões de veículos.
A falta de manutenção das estruturas viárias ao longo dos anos ficou evidente em relatório elaborado por técnicos da prefeitura que apontou “risco iminente de colapso” devido à péssima condição de manutenção de seis pontes e viadutos, entre eles, as pontes Cidade Jardim, Cidade Universitária e Eusébio Matoso, na zona oeste, por onde circulam até 10 mil veículos por hora no horário de pico da manhã, o período mais movimentado.
As seis estruturas viárias citadas de forma alarmante em ata de reunião se juntam a outras dez que foram consideradas em iguais condições e, por isso, de acordo com engenheiros da gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB), demandam uma vistoria imediata e detalhada para apontar as deficiência e, assim, realizar as intervenções necessárias.
Segundo a prefeitura, estão nessa situação emergencial 16 pontes e viadutos. O número representa praticamente a metade do total de 33 estruturas viárias vistoriadas desde o início do ano.
Segundo a Secretaria de Obras, porém, o teor da avaliação referente às seis primeiras pontes e viadutos publicado em ata de reunião se tratou de “erro de redação” e que a gestão Covas desconhece a dimensão do risco da má conservação.
Laudos individuais, porém, corroboram o perigo iminente diante da degradação das estruturas ao apontarem armaduras de ferro oxidadas e expostas, o que compromete a estabilidade, e problemas de infiltração no concreto.
As vistorias começaram após a interdição do viaduto na marginal Pinheiros, em novembro, quando uma parte da estrutura cedeu.
Emergências
Nos últimos dez anos, uma em cada quatro contratações feitas pela prefeitura para fazer a manutenção de pontes e viadutos foram para sanar situações emergenciais.
Em 2011, por exemplo, a ponte dos Remédios passou por conserto depois que caiu uma parte da mureta de proteção. Em 2016, o viaduto Santo Amaro (zona sul) ficou seis meses em obras após ter sido atingido por um caminhão.