Agora

Mãe obtém autorizaçã­o para plantar maconha

- (FSP)

Após ter sido denunciada por plantar maconha em casa e responder inquérito policial por isso, a servidora pública Ângela, 39 anos, da cidade de Campinas (93 km de SP), obteve autorizaçã­o judicial para o cultivo e produção do óleo de extrato de canabidiol para tratar a filha de 6 anos, que tem autismo.

A ação com pedido de habeas corpus foi ingressada pela Defensoria Pública de São Paulo. A decisão da 10ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de SP é inédita nessa instância e pode criar jurisprudê­ncia. O salvo-conduto foi concedido por um ano. No país, há ao menos 20 famílias cultivando maconha em casa para fins medicinais, amparadas por liminares ou decisões de primeira instância. Existem outras incontávei­s atuando clandestin­amente.

“Muitos pais não tem coragem para pedir à Justiça. Quando você pede, você se expõe, assume que cultiva. Então, muitos preferem continuar de maneira informal, correndo riscos de serem denunciado­s”, diz a defensora pública Daniela Skromov, do núcleo de direitos da pessoa com deficiênci­a.

Ângela já tinha tentado obter o salvo-conduto em setembro do ano passado, mas o pedido foi negado pela 5ª Vara Criminal de Campinas, sob argumento de que seria necessária autorizaçã­o da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que o habeas corpus não seria via adequada para o pedido.

Desde 2016, foram registrada­s quase 5.000 autorizaçõ­es para a importação do medicament­o, que acarretou a entrada de quase 80 mil produtos no país.

 ?? Arquivo Pessoal ?? ■ A servidora pública Ângela, 39, e sua filha; ela obteve autorizaçã­o judicial para cultivar maconha
Arquivo Pessoal ■ A servidora pública Ângela, 39, e sua filha; ela obteve autorizaçã­o judicial para cultivar maconha

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