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Crianças de Brumadinho voltam às aulas

- (UOL)

Com uma semana de atraso em relação ao calendário escolar original, as escolas públicas de Brumadinho (MG) iniciaram o ano letivo ontem com o desafio não só de ensinar português e matemática, mas também de acolher e funcionar como espaço de recomeço.

Entre mais de 7.000 alunos da cidade, há relatos de crianças que perderam familiares ou convivem com ruas tomadas pela lama que vazou da barragem da Vale há pouco mais de duas semanas. Já está em 160 o número de óbitos confirmado­s, e outras 160 pessoas continuam desapareci­das.

Diante desse cenário, diretores de escolas públicas contam que os alunos estavam ansiosos para voltar às aulas —não só para rever amigos, mas também para pensar em outra coisa que não o desastre da barragem no Córrego do Feijão.

Para a secretária municipal de Educação, Sônia Barcellos, Brumadinho “precisava voltar às aulas”. “O clima da cidade era de velório. Em todos os lugares, o assunto era só a tragédia. A volta às aulas muda o clima da cidade.”

Os estudantes não eram os únicos que queriam e precisavam da retomada da rotina nas salas, disse a diretora da Escola Municipal Maria Solano Menezes Diniz, Clélia Ribeiro. “Mães me pediam: pelo amor de Deus, começa essas aulas depressa para eu tirar esses meninos desse conflito constante”, disse.

Em nota, a Vale diz estar prestando atendiment­o e que professore­s da rede municipal receberam treinament­o para lidar com situações de pós-trauma. A empresa também disse que, desde hoje, 22 psicólogos atuam no “suporte direto a professore­s e alunos” nas escolas da região.

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