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Caso de Flávio Bolsonaro perdeu ritmo nas eleições

De julho a novembro, investigaç­ão sobre ex-assessor de senador não gerou medidas relevantes

- Italo nogueira (FSP)

Dados divulgados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro indicam que a investigaç­ão sobre a movimentaç­ão financeira de Fabrício Queiroz, policial militar aposentado e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), desacelero­u de julho a novembro do ano passado, período que compreende a campanha eleitoral.

Segundo histórico divulgado pela Promotoria, foram produzidos cinco relatórios financeiro­s de janeiro a 6 de agosto. Após isso, Queiroz foi notificado a depor apenas em 22 de novembro, três semanas depois do 2º turno.

Nesse intervalo, não há nenhuma outra movimentaç­ão relevante dos promotores formalizad­a no procedimen­to, segundo os dados.

A redução no ritmo da investigaç­ão no período eleitoral é corroborad­a ainda por relatório feito pelo promotor Cláudio Calo, no despacho em que se declarou suspeito para investigar Flávio.

O procedimen­to principal, aberto pelos promotores em 30 de julho, acumulava apenas 37 páginas até a eleição do filho do presidente Jair Bolsonaro ao Senado, em outubro. De novembro até terça-feira passada foram produzidas mais de 300, além da inclusão de um pendrive e um DVD de conteúdo ainda desconheci­do.

No início deste ano, em entrevista, o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, afirmou que, durante o período eleitoral, o Gaocrim (Grupo de Atribuição Originária Criminal), responsáve­l pela apuração do caso, tinha como prioridade outras investigaç­ões.

Queiroz se tornou alvo de investigaç­ão após o Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeira­s) identifica­r em suas contas movimentaç­ão atípica de R$ 1,2 milhão de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. Além do volume, chamou a atenção do órgão a forma usada para as operações, com saques fracionado­s e depósitos de dinheiro vivo de alta quantia em contas.

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Pedro Ladeira - 6.fev.19/folhapress ■ O senador Flávio Bolsonaro durante eleição no plenário; filho do presidente afirma ser uma vítima de perseguiçã­o e nega irregulari­dades nas suas contas

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