O interminável 7 a 1
Falou-se muito que a derrota por 7 a 1 para a Alemanha, na Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil, havia sido o sinal de que o futebol brasileiro chegara ao fundo do poço. Ledo engano.
Os anos foram passando e as mazelas, dentro e fora de campo, e os fatos trágicos vêm mostrando que o buraco não tem fim. Os craques brasucas deixaram de ter o protagonismo mundial e agora aparece uma nova modalidade: de acabar com as futuras promessas antes que elas desabrochem.
Desde a manhã da última sexta-feira estamos tentando entender como um dos clubes mais importantes do planeta bola deixou que dez vidas, entre 14 e 16 anos, fossem ceifadas. Famílias acabaram destroçadas porque simples normas de segurança não foram adotadas. Agora, assistimos ao jogo de empurraempurra entre dirigentes e autoridades, mas nada vai adiantar. Os culpados não serão punidos. Sejamos francos, tudo normal quando se trata de Brasil. Então, vamos esperar a próxima tragédia.
Outro sinal de que não aprendemos nada com o 7 a 1 foi o fiasco da seleção brasileira sub-20 no Sul-americano, que não conseguiu a classificação ao Mundial na Polônia. No hexagonal final, no torneio disputado no Chile, com quatro vagas, o Brasil terminou em quinto lugar, somente à frente da Venezuela. Isso deixou o país fora também do Pan-americano de Lima.
O ex-lateral esquerdo Branco, coordenador da seleções de base, disse que a participação do Brasil foi “muito ruim”. Sério? Não brinca! É assim, muito falatório e pouca ação. Caro leitor, os fiascos são anunciados. Com essa eliminação, o Brasil fica ausente em três dos quatro últimos Mundiais sub-20. É uma triste constatação: as futuras gerações estão sendo destruídas na base.