Com a ajuda do pai
Diogo Nogueira diz que o pai sopra, do além, melodias e letras; músico prepara livro e documentário
João Nogueira, morto em 2000, não teve tempo de ver o filho brilhar nos palcos, mas em breve pode se juntar a ele em parceria especial.
É que Diogo tem três músicas “quase prontas” que vem escrevendo com o pai —segundo ele, João sopra, do além, melodias e letras durante o sono. “Começaram em sonhos. Ele cantarolando para mim. Tem uma já encaminhada que vou terminar com o Inácio Rios e em breve deve sair”, revela.
A improvável e metafísica união vai ao encontro da espiritualidade de Diogo, de fé versada em composições suas, como “Força Maior”, que diz “quando nada dá pé é amém é axé não tem jeito/ no terreiro ele é o Oxalá, no oriente ele é Alá/ ele sempre estende a mão, não importa a religião”. Não é a única novidade ligada a João, um dos mais relevantes autores do samba carioca e criador de melodias como a de “Poder da Criação”.
Diogo, as irmãs Clarisse, 40 anos, e Tatiana, 42 anos, e sua mãe, Ângela, 66, devem lançar livro sobre João no segundo semestre, de autoria do jornalista Paulo Henrique de Noronha, e planejam filmar sua biografia. “É um sonho de nossa família. João foi um cara muito importante e cheio de histórias: drama, comédia, política”, diz.
Faltam definições para a empreitada, e Diogo não sabe qual será seu envolvimento nem se interpretará o pai. Não seria novidade. O cantor atuou no musical “SAMBRA”, em 2005, e há sete anos apresenta o programa “Samba na Gamboa” na TV Brasil, com exibição pela Cultura. Aos 37 anos, Diogo é o principal nome de sua geração no samba. Ontem, ele lançou vídeo no Youtube de seu novo single, “Tá Faltando o Quê”.
É o primeiro lançamento como artista independente, após 11 anos sob as grifes Universal e EMI. (FSP)