Jornalista não acredita que a violência de 2006 vai se repetir
Marco Willians Herbas Camacho começou no crime batendo carteiras no Cambuci (centro), quando criança. Dormia na rua e cheirava cola de sapateiro, algo que, como explicaria a deputados em uma CPI em 2006, renderia o apelido Marcola, “Marco cheira cola”.
Nascido em Osasco em 25 de janeiro de 1968, chegou ao sistema prisional em outubro de 1986, por roubo.
O PCC surgiu de um time de futebol no Centro de Readaptação de Taubaté (140 km de SP), o Piranhão, em 31 de agosto de 1993. Marcola não estava escalado naquele dia e, por isso, não figura entre os oito fundadores. Mas é considerado um dos mentores da da facção.
O jornalista Josmar Jozino, que se especializou na cobertura da facção criminosa PCC, não acredita que a transferência de Marcola para um presídio federal resulte na violência ocorrida em 2006, quando 59 agentes públicos foram mortos.
Jozino publicou três livros sobre a facção criminosa, entre eles Cobras & Lagartos.
“Atualmente, vivemos um outro momento político”, disse. “Os governos federal e estadual são outros agora. Creio que não vai acontecer de vermos a avenida Paulista deserta, em um dia de semana, como aconteceu em 2006”, afirmou o jornalista, que trabalhou no Agora entre os anos de 2011 e 2014.
No entanto, Jozino também não descarta que possam ocorrer algumas situações isoladamente, como a violência contra policiais ou a agentes penitenciários. “Retaliação [por parte dos criminosos] pode até ter, mas não como ocorreu em 2006.”
Ele se refere a série de 300 ataques, promovidos pelo PCC em todo o estado, que começaram após a transferência de membros da facção para o presídio de segurança máxima em Presidente Venceslau (611 km de SP). Na ocasião, também ocorreram mais de 80 rebeliões em cadeias.