Lenda do palco, Bibi Ferreira morre aos 96 anos, no Rio
Dama do teatro e famosa por viver Edith Piaf, incansável artista carioca teve uma parada cardíaca
Bibi Ferreira, essa grande referência nos deixa uma mensagem de resiliência frente a dificuldades e tempos obscuros Glória Pires, atriz, no Instagram
Dama da dramaturgia nacional, a atriz e cantora Bibi Ferreira morreu ontem, em sua casa no Rio, após sofrer uma parada cardíaca, aos 96 anos. Segundo o produtor Nilson Raman, que trabalhou com Bibi nos últimos 28 anos e a acompanhava até o palco, ela já estava acamada e reclamou de falta de ar por volta das 13h, morrendo em seguida. “Foi de uma forma tranquila”, disse.
Ao longo da última década, a artista vinha se apresentando numa série de espetáculos que retratavam a própria trajetória no palco (confira destaques abaixo).
No início de 2013, com a peça “Histórias e Canções”, em temporada popular no teatro Carlos Gomes, no Rio, Bibi, então com 90 anos, começou a tossir e disse: “É alergia. Sou alérgica a teatro”. A plateia riu muito.
Reza a lenda teatral contada por ela mesma que sua estreia no palco se deu ainda bebê, aos 24 dias de vida, na peça “Manhãs de Sol”, da companhia em que trabalhava seu pai, o também lendário ator Procópio Ferreira (1898-1979).
Ela teria entrado no lugar de uma boneca, de última hora, levada no colo pela atriz Abigail Maia, dona da companhia, mulher do dramaturgo Oduvaldo Vianna e sua madrinha. O nome de Bibi, nascida em junho de 1922 no Rio, era Abigail Izquierdo Ferreira.
Seu primeiro personagem teatral foi Mirandolina, de “La Locandiera”, de Goldoni, em 1941. Três anos depois, com o teatro brasileiro em fase de modernização, já tinha a sua própria companhia, por onde passaram atrizes como Cacilda Becker e Maria Della Costa. Miguel Falabella, ator e diretor Pascoal da Conceição, ator; foi dirigido por Bibi em “Viva o Demiurgo!”, de 1998