Idade mínima das mulheres deverá chegar a 60 anos
Proposta de equipe de Guedes, que tem transição mais curta, terá mais impacto que reforma de Temer
A proposta de reforma da Previdência que o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai levar ao presidente Jair Bolsonaro tem impacto nas aposentadorias maior do que o texto final do ex-presidente Michel Temer, de 2017.
Guedes tem o desejo de enviar ao Congresso Nacional uma reforma que crie uma idade mínima de 65 anos para homens e mulheres. A assessores, porém, ele reconheceu que, por causa da ala política, a versão final deverá prever patamar mais baixo para trabalhadoras: 60 anos.
Na proposta elaborada pelo Ministério da Economia, a idade mínima para aposentadorias da iniciativa privada começaria em 60 anos (homens) e 55 anos (mulheres) e subiria gradualmente.
O calendário começaria neste ano, o que dependeria da aprovação e promulgação da PEC (proposta de emenda à Constituição) em 2019.
Com isso, Guedes conseguiria atingir o rigor que julga necessário para o ajuste fiscal, com idade mínima final mais alta, e não desfazer a fala de Bolsonaro, que defendeu patamar mais baixo em seu governo.
O ponto de partida desenhado pelo ministro é mais elevado que o previsto na reforma do governo anterior, na qual a idade mínima de 60 anos para homens seria alcançada em 2028 e a de 55 anos para mulheres, em 2022. Guedes quer chegar em 65 anos para trabalhadores e 60 para trabalhadoras em dez anos, ou seja, em 2029. Com isso, a transição é a metade do tempo estimado por Temer, de 20 anos. Como as mudanças ensejadas pela equipe econômica já começam mais duras, a transição também seria mais rápida.
A ideia é que os servidores também tenham de cumprir esse requisito para se aposentar, pois a equipe econômica quer unir o sistema previdenciário do funcionalismo com o dos trabalhadores da iniciativa privada.