Novo álbum dos Backstreet Boys, ‘DNA’ entrega quatro ótimas canções e dá novo fôlego à banda pop
Daqui a 25 anos, “DNA”, o disco que marca o retorno dos Backstreet Boys, será provavelmente lembrado como trabalho de segundo escalão na discografia do grupo. Se assim acontecer, terá sido uma vitória.
Afinal, quando os oito discos anteriores da boy band são analisados, o que se vê é um cenário bastante irregular. Os três primeiros álbuns, “Backstreet Boys” (1996), “Backstreet’s Back” (1997) e “Millennium” (1999), poderiam ser apresentados a um alienígena interessado em saber o que os terráqueos mais ouviam no fim do século 20. Hits daqueles trabalhos, como “Quit Playin’ Games (With My Heart)” e “As Long as You Love Me”, captaram o espírito de época da música pop e povoaram sonhos de mais de uma geração de adolescentes.
Acionaram uma máquina de réplicas (‘N Sync, Westlife, Jonas Brothers) que parecia não ter fim —e, de certa forma, não teve mesmo, como mostra o k-pop sul-coreano— e influenciaram até grupos de pop rock das décadas, como Maroon 5 e Coldplay
Os cinco lançamentos seguintes, contudo, foram direto para a gaveta dos dispensáveis; o grupo perdia fôlego e era pouco a pouco escanteado das paradas.
Com arranjos maduros e boas melodias, esse novo disco inaugura, portanto, uma segunda divisão na discografia dos Backstreet Boys.
Do trabalho são marcas principais as arquiteturas vocais bem trabalhadas, sobre as quais se erguem letras a respeito da passagem do tempo e de relacionamentos.
Ao encontro do momento família, os senhores deixam de implorar “fique comigo” e passam a cantarolar algo como “vamos fazer as pazes e viajar sem as crianças?”. (FSP)