Prefeitura atende 38% dos pedidos de remoção de carro
Capital teve uma queixa de veículo abandonado a cada 18 minutos no ano passado, em média
A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), recebeu, por meio do portal e do telefone 156, quase 29 mil pedidos para a remoção de carros abandonados em 2018, média de uma solicitação a cada 18 minutos (79 por dia). Entre esses, pouco mais de 11 mil foram atendidos até o início de janeiro —quatro em cada dez.
Dos 28.939 pedidos feitos à prefeitura, apenas 11.172 foram finalizados até o início deste ano (38%). Entre esses, o tempo médio para que a prefeitura desse resposta foi de 64 dias. Um carro pode permanecer por até cinco dias na rua sem que seja considerado abandonado. Caso ocorra denúncia, um agente da subprefeitura vai até o local e prega um adesivo, informando a reclamação. Ele pode voltar após cinco dias e determinar a remoção do veículo. Em comparação com 2017, o número de queixas segue estável (1,5% a menos).
Na prática, deixar o veículo na rua é um bom negócio para quem pretende se desfazer dele. Embora a prefeitura possa aplicar uma multa de R$ 15.520, é muito difícil que esse valor seja, de fato, cobrado do responsável. “Quando o sujeito abandona o carro na rua, normalmente é porque já não pagou o IPVA e multas, com dívida maior que o próprio valor do veículo. Multá-lo mais uma vez é inócuo”, afirma o presidente da Comissão de Direito Viário da OAB-SP, Maurício Januzzi.
Segundo o advogado, é muito difícil ver alguém submetido ao pagamento dessa multa. “Você pode até colocar como parte da dívida ativa do município e executálo. Mas, se ele não tem bens, não adianta nada. Não se tem outra coisa a fazer a não ser a prefeitura levar para o pátio e leiloar.”