Morre catador baleado pelo Exército no Rio
Vítima ficou por 11 dias internada. Ação também provocou a morte do músico Evaldo Santos Rosa
O catador de material reciclável Luciano Moraes morreu na madrugada desta quintafeira (8), após 11 dias internado no Hospital Carlos Chagas, em razão dos tiros disparados por militares do Exército na zona oeste do Rio de Janeiro.
Moraes é a segunda vítima fatal da ação dos militares em Guadalupe. O músico Evaldo Santos Rosa morreu no local após ser atingido.
O catador foi atingido ao tentar salvar a família que estava dentro do carro fuzilado. O veículo levava cinco pessoas, entre elas uma criança de sete anos. Era uma família a caminho de um chá de bebê. O sogro de Evaldo, Sérgio de Araújo, foi ferido e segue internado no Hospital Albert Schweitzer. A mulher, o filho e uma amiga do músico não se feriram.
Nove militares estão presos preventivamente em razão da ocorrência. Inicialmente, o Exército afirmou que disparou contra um veículo roubado cujo ocupantes dispararam contra a patrulha. Apenas no fim de domingo foi informado a abertura de uma investigação.
A apuração do caso está sob responsabilidade do Exército, em razão de uma lei sancionada pelo ex-presidente Michel Temer que transferiu para a Justiça Militar a competência sobre crimes dolosos contra a vida cometidos por militares.
Em nota, o CML (Comando Militar do Leste) afirmou que “não comenta investigação em andamento”. A investigação tem como objetivo identificar a participação dos militares no caso.