Defesa é o ponto forte dos dois finalistas do Paulistão
Metade dos gols do Timão e um terço dos tricolores foram de defensores, que ainda se garantem atrás
“Ataque ganha jogos, defesa ganha campeonatos”. A célebre frase atribuída a Phil Jackson, treinador multicampeão na NBA, tem o foco no basquete, mas bem que poderia ser encaixada neste Campeonato Paulista, considerando os finalistas Corinthians e São Paulo.
Donos de ataques irregulares e sistemas defensivos eficientes, os rivais vêm mostrando em campo que a base de todo o sistema tático tem a defesa como ponto forte.
Anfitrião neste domingo, o Corinthians marcou 14 vezes até aqui. E 50% dos gols foram anotados por defensores ou atletas com funções mais voltadas para a marcação.
O artilheiro da turma do fundão do Alvinegro é o lateral esquerdo Danilo Avelar, com três gols, seguido do zagueiro Manoel, com duas bolas na rede, além de Henrique e Júnior Urso, com um tento cada um.
No São Paulo, dos 16 gols, cinco (quase um terço) teve autoria de atletas defensivos. Diferentemente do rival, essa artilharia é distribuída por toda a defesa. Até aqui marcaram Arboleda, Anderson Martins, Reinaldo, Liziero e o volante Hudson, que passou a atuar como lateral direito e acertou o sistema de marcação da equipe.
O atleta de 31 anos ganhou destaque não só pelo seu papel tático, mas também pela postura em campo.
No momento em que os medalhões acabaram deixando o time por contusão (casos de Nenê e Hernanes) ou por deficiência técnica (Jucilei), foi Hudson que, com a braçadeira de capitão, segurou a onda para a garotada de Cotia deslanchar.
Titular da lateral direita desde as quartas de final, contra o Ituano, ele deu solidez atrás e ainda teve fôlego para buscar o apoio.
Suas boas atuações renderam elogios até do ex-jogador Raí, atual executivo de futebol do clube. “Acho que o São Paulo vem se destacando não só pelos garotos, mas também por toda o time. O Hudson deu uma boa consistência à defesa”, falou.
Segundo atleta do elenco que mais vestiu a camisa do São Paulo, com 179 jogos, Hudson completou cinco anos de clube e vive a expectativa pela primeira final.
“Superamos a eliminação na Libertadores e crescemos no momento certo. Vamos melhorar ainda mais para buscar o título”, disse o atleta, que ostenta a marca de ser o segundo maior ladrão de bolas do campeonato estadual, com 42 desarmes.
Assim como Hudson, o líder desta estatística também joga pela direita e estará em campo na final. Trata-se do corintiano Fagner, que roubou 46 bolas até aqui.
Capitão do Corinthians no jogo de ida contra o São Paulo, no domingo, no Morumbi, Fagner é um dos principais líderes do elenco comandado por Fábio Carille, ao lado do goleiro Cássio.
Com 294 partidas disputadas com a camisa branca e preta, ele busca o quinto título pelo clube do Parque São Jorge —tem os dois estaduais (2017 e 2018) e conquistou os Campeonatos Brasileiros, em 2015 e 2017. No ano passado, também foi vice-campeão da Copa do Brasil pelo Alvinegro.
“Além de disputar uma final com condições de título, se acontecer [de ganhar], isso marca para sempre na história do clube”, afirmou o camisa 23.
A regularidade na equipe corintiana, pela qual é titular absoluto desde 2014, levou Fagner à disputa da Copa do Mundo de 2018, na Rússia, e também a convocações recentes da seleção brasileira.