Agora

Tudo será Milton Nascimento, Lô Borges e Toninho Horta, que se uniram no Clube da Esquina, lançam shows e discos

- Thales de menezes

Em meados dos anos 1960, um grupo de jovens que se reunia para tocar música nas ruas do bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, recusou o convite para ir com um amigo a um clube de gente endinheira­da. “Nosso clube é aqui mesmo, na esquina”, foi a resposta.

Mais de 50 anos depois, integrante­s do movimento musical depois batizado Clube da Esquina mostram fôlego em novos projetos.

Milton Nascimento, 76 anos, faz turnê pelo país resgatando o repertório do álbum duplo “Clube da Esquina”, de 1972, disco dividido com Lô Borges, 67 anos, que acaba de lançar um trabalho de inéditas. E Toninho Horta, 70 anos, guitarrist­a fundamenta­l naquele álbum, lança agora um disco duplo com shows em São Paulo neste fim de semana.

“Clube da Esquina” tem em sua ficha técnica nomes que se destacaria­m nos anos seguintes, além dos três citados: Beto Guedes, Wagner Tiso, Tavito, Nelson Angelo, Robertinho Silva, os letristas Fernando Brant e Ronaldo Bastos e alguns outros.

Entre as canções, clássicos inquestion­áveis da MPB como “Cais”, “San Vicente”, “O Trem Azul”, “Nada Será Como Antes” e “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”. A variedade das influência­s forjou uma singular música mineira, sob comando de Milton.

“A gente revolucion­ou. O Milton veio com a influência do canto gregoriano e do tempo em que foi locutor de rádio e ouviu tudo de música americana”, lembra Toninho Horta. “O Wagner Tiso era aluno de professora de piano, tem essa aproximaçã­o com o clássico, mas era roqueiro. Todo mundo já foi roqueiro um dia, né?”

Lô Borges faz uma análise semelhante. “Tem o pessoal mais roqueiro, influencia­do pelos Beatles e pelo rock inglês, caso meu, do Beto Guedes e do Flávio Venturini. E a turma mais da MPB, da bossa nova e do jazz, com Toninho e Nelson Angelo. Mas isso também me atraía. O primeiro disco que me fez pegar um instrument­o foi ‘Chega de Saudade’, do João Gilberto”, conta Borges.

Importânci­a de Milton

Toninho exalta a importânci­a de Milton Nascimento. “Quem juntou isso tudo foi o Milton, que teve a clarividên­cia de chamar os amigos para fazer o ‘Clube da Esquina’. A gente tinha tanta música que o Ronaldo Bastos, que produziu, propôs gravar logo um álbum duplo.”

“Era uma oficina de criação musical”, define Lô. “Quando a gente se juntou, rolou uma química surpreende­nte. Parecia que todos bebiam da mesma fonte, mas eram pessoas de influência­s diferentes se ajudando.”

Toninho Horta diz que um revezament­o natural construiu o disco. “A gente gravava o dia todo. E as formações nunca coincidiam, porque tinha aquele que acordava Show -

No Espaço das Américas (r. Tagipuru, 795) De R$ 120 a R$ 380

Disco - ‘Rio da Lua’

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