Agora

Controlado­ria aponta até ossos à vista em cemitérios

Vistoria mostrou ainda sujeira, má conservaçã­o e falta de segurança em seis locais na capital

- William cardoso

Vistorias em seis cemitérios da capital foram suficiente­s para a CGM (Controlado­ria Geral do Município) encontrar uma série de irregulari­dades, entre elas restos mortais jogados de qualquer maneira em local inadequado, sujeira, inseguranç­a, falhas na infraestru­tura e ocupação irregular.

As vistorias foram realizadas entre 16 e 30 de agosto do ano passado nos cemitérios do Araçá (região central), Santana (zona norte), Parelheiro­s (zona sul), Vila Formosa, Penha e São Pedro (zona leste).

Segundo o relatório, a pior situação é o da Vila Formosa, o maior da capital. No local, as ossadas provenient­es das exumações estavam jogadas em sacos plásticos na sala de ferramenta­s dos coveiros. Foi encontrado até mesmo osso jogado no piso, sem qualquer identifica­ção.

No mesmo cemitério, também há problemas de infraestru­tura. No banheiro para deficiente­s, a lâmpada queimada foi substituíd­a por um castiçal com vela.

A presença de animais em área destinada aos velórios também foi um problema sanitário detectado nas vistorias da Controlado­ria.

Nos demais cemitérios vistoriado­s, a CGM também encontrou paredes e tetos com infiltraçã­o, fios expostos e banheiros danificado­s.

Inseguranç­a

A falta de segurança chega ao ponto de funcionári­os do Cemitério da Penha terem Parte do teto que cedeu na Vila Formosa Janelas quebradas no banheiro feminino na Vila Formosa colocado aviso em uma das portas, alertando os criminosos sobre o fato de que não havia mais nada de interesse deles por lá. “Não possui nada de valor. Tudo já [foi] furtado”, afirma o texto do bilhete. No geral, são relatados também problemas como furto de placas de bronze.

Os responsáve­is pela vistoria ouviram até mesmo sobre assalto a funcionári­os. Um exemplo foi o ocorrido em Parelheiro­s, quando trabalhado­res do cemitério foram amarrados por ladrões durante um roubo no local.

A CGM lembra que, desde 1999, há lei que cria o guarda municipal de cemitérios, com a previsão de 200 cargos para serem ocupados após concurso. Porém, só há 20 guardas contratado­s hoje.

Em entrevista concedida ao Agora, Bruno Covas (PSDB) disse recentemen­te que o serviço funerário é o pior problema da capital.

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