Controladoria aponta até ossos à vista em cemitérios
Vistoria mostrou ainda sujeira, má conservação e falta de segurança em seis locais na capital
Vistorias em seis cemitérios da capital foram suficientes para a CGM (Controladoria Geral do Município) encontrar uma série de irregularidades, entre elas restos mortais jogados de qualquer maneira em local inadequado, sujeira, insegurança, falhas na infraestrutura e ocupação irregular.
As vistorias foram realizadas entre 16 e 30 de agosto do ano passado nos cemitérios do Araçá (região central), Santana (zona norte), Parelheiros (zona sul), Vila Formosa, Penha e São Pedro (zona leste).
Segundo o relatório, a pior situação é o da Vila Formosa, o maior da capital. No local, as ossadas provenientes das exumações estavam jogadas em sacos plásticos na sala de ferramentas dos coveiros. Foi encontrado até mesmo osso jogado no piso, sem qualquer identificação.
No mesmo cemitério, também há problemas de infraestrutura. No banheiro para deficientes, a lâmpada queimada foi substituída por um castiçal com vela.
A presença de animais em área destinada aos velórios também foi um problema sanitário detectado nas vistorias da Controladoria.
Nos demais cemitérios vistoriados, a CGM também encontrou paredes e tetos com infiltração, fios expostos e banheiros danificados.
Insegurança
A falta de segurança chega ao ponto de funcionários do Cemitério da Penha terem Parte do teto que cedeu na Vila Formosa Janelas quebradas no banheiro feminino na Vila Formosa colocado aviso em uma das portas, alertando os criminosos sobre o fato de que não havia mais nada de interesse deles por lá. “Não possui nada de valor. Tudo já [foi] furtado”, afirma o texto do bilhete. No geral, são relatados também problemas como furto de placas de bronze.
Os responsáveis pela vistoria ouviram até mesmo sobre assalto a funcionários. Um exemplo foi o ocorrido em Parelheiros, quando trabalhadores do cemitério foram amarrados por ladrões durante um roubo no local.
A CGM lembra que, desde 1999, há lei que cria o guarda municipal de cemitérios, com a previsão de 200 cargos para serem ocupados após concurso. Porém, só há 20 guardas contratados hoje.
Em entrevista concedida ao Agora, Bruno Covas (PSDB) disse recentemente que o serviço funerário é o pior problema da capital.