Daniel Alves estreia como o curinga do técnico Cuca
Polivalente, lateral vai atuar no meio de campo e liderar Tricolor diante do Ceará
Após reunir mais de 40 mil pessoas no Morumbi em sua apresentação e mobilizar a atenção de dirigentes e jornalistas nos treinos desta semana, Daniel Alves, enfim, vai ser a principal atração do São Paulo para o jogo deste domingo (18), às 16h no Morumbi, diante do Ceará.
Aos 36 anos, ele é o jogador com mais títulos oficiais na história do futebol (40). Tamanha visibilidade faz o lateral direito ser rodeado por expectativas e também responsabilidades.
Além de reforçar o time com a sua qualidade técnica, a diretoria do clube prevê ainda públicos mais expressivos para ajudar a turbinar o que resta da temporada do clube que não ganha um caneco desde 2012. O último foi a Copa Sul-americana daquele ano, obtido diante do Tigre (ARG), no Morumbi.
Consagrado na lateral, Daniel Alves inicia a sua passagem no São Paulo no meio-campo. No entanto, essa situação não é novidade na sua carreira.
No Barcelona (ESP), por várias vezes ele foi utilizado tanto como volante como na condição de lateral mais recuado, fazendo as vezes de terceiro zagueiro.
Na Juventus (ITA), com um meio-campo pouco criativo, ganhou liberdade para apoiar o ataque e se tornou a válvula de escape da equipe de Turim, como um ala ofensivo pela direita. Foi assim que ajudou o time a chegar à final da Liga dos Campeões de 2017, contra o Real Madrid (ESP).
Ele também foi testado no Paris Saint Germain (FRA) como volante e agradou ao técnico alemão Thomas Tuchel nesta função.
Responsável por ter lançado Daniel Alves no Bahia em 2001, o ex-técnico Evaristo de Macedo acha que o veterano lateral tem muito a colaborar com o São Paulo no meio de campo.
“O bom condicionamento que ele tem, aliado à experiência, o torna mais útil jogando no meio. Além de participar mais do jogo, facilita também a comunicação. Na lateral você fica muito distante do resto da equipe”, afirmou o ex-treinador de 86 anos.
Um dos problemas mais frequentes que a comissão técnica detectou no São Paulo desde que Cuca assumiu o comando no Campeonato Paulista é a variação de intensidade que o time apresenta nos jogos.
É esperado que o capitão da seleção possa ditar o ritmo da marcação da equipe e determinar os momentos em que pode aumentar a pressão ou ajustar o posicionamento dos colegas.
Nos treinos da última semana, Cuca fez seguidas atividades com bola para entrosar não só Daniel Alves, mas também o espanhol Juanfran, outro estreante.
Com liberdade , Daniel Alves mostrou estar bem fisicamente. Na ausência do lesionado Hernanes, ele terá a missão de armar o time.
Quem jogou e treinou com o baiano de Juazeiro destaca a dedicação dos atletas nos treinamentos.
“O Dani treinava como jogava e agia da mesma forma toda a semana”, lembra Javier Chevantón, 39 anos, uruguaio que atuou com o lateral no Sevilla. “Mesmo com a intensidade que jogava, treinava no dia seguinte com aqueles que não tinham entrado em campo.”
Na seleção brasileira, Alves experimentou o papel de meia. Auxiliar de Dunga, Jorginho lembra de quando o jogador substituiu Elano na final da Copa América de 2007, diante da Argentina. O resultado veio na vitória por 3 a 0.
Ele fez o cruzamento do segundo gol e marcou o terceiro depois de acompanhar arrancada de Vagner Love.
“Tanto ele como o [lateral direito] Maicon eram muito ofensivos. Pela sua qualidade, ele podia atuar tanto avançado, como na construção de jogadas. Dependendo do esquema que o Cuca utilizar, ele pode muito bem jogar como um segundo volante pela direita e ajudar a armar o time por ali”, complementou Jorginho.
Na última quinta (15), Alves foi testado na lateral, mas a tendência é que atue no meio de campo.
Para Daniel Alves, que chegou ao clube enfatizando a sua identificação com o São Paulo por ser o seu time de infância, o importante é entrar para fazer o melhor.
Z“O São Paulo contratou um torcedor. Sonhei muito com esse momento e esse momento chegou Só espero poder retribuir muito toda essa confiança.”