Agora

Frente fria e queimadas tornaram a tarde de ontem escura em SP Receita de igrejas no país quase dobra em 8 anos

-

Ventos no leste do estado trouxeram partículas de fogo no Paraguai

A escuridão tomou conta da tarde de São Paulo nesta segunda-feira (19), depois das 15h. O fenômeno pode ser explicado pela soma da chegada de uma frente fria no leste do estado, com nuvens carregadas, e ventos que têm trazido material particulad­o originado de queimadas no Paraguai, na divisa com o Mato Grosso do Sul.

É o que explica Franco Nadal Villela, meteorolog­ista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorolog­ia).

“Uma frente fria no leste do estado trouxe muita umidade do oceano. São ventos frios e úmidos que não são rasos. Essa frente fria trouxe ar frio em níveis superiores também, que ajuda na formação dessas áreas de instabilid­ade na capital, com trovoadas, inclusive”, afirma.

Villela também fala da contribuiç­ão das queimadas. Segundo ele, pela aproximaçã­o da frente fria, os ventos estiveram mais favoráveis para trazer mais

Arrecadaçã­o passou de R$ 13,3 bilhões em 2006 para atuais R$ 24,2 bilhões

concentraç­ões vindas dos focos de incêndios de Paraguai e de Bolívia.

Após um fim de semana com sol e ar seco, toda a região da Grande São Paulo, o litoral, o Vale do Ribeira e o Vale do Paraíba deverão ter nebulosida­de e condições de chuva até o final da semana, segundo informaçõe­s da Climatempo.

Nesta terça-feira (20) o tempo fica mais instável, com chuva a qualquer hora e sensação de frio ao longo do dia. A partir desta quarta-feira (21), ocorrem períodos com sol, mas permanece a sensação de frio e pode chover fraco.

No Twitter, a escuridão foi um dos assuntos mais comentados no Brasil. (Folha)

Em oito anos, a arrecadaçã­o de igrejas no Brasil praticamen­te dobrou. A alta é resultado do aumento de entidades religiosas no país e de mais doações, dízimos e ofertas aos templos.

A renda subiu de R$ 13,3 bilhões, em 2006, para R$ 24,2 bilhões, em 2013, segundo dados da Receita Federal, obtidos pela Lei de Acesso à Informação.

Corrigindo o montante de 2013 pela inflação, seriam quase R$ 32 bilhões em valores atuais.

Isso significa uma receita de quase R$ 88 milhões por dia para entidades religiosas, em valores atualizado­s.

Em entrevista à Folha de S.paulo em abril, o secretário da Receita, Marcos Cintra, disse que até fieis pagariam impostos sobre o dízimo com a proposta de reforma tributária que discute um tributo sobre movimentaç­ões financeira­s “nos moldes da extinta CPMF”.

Base eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PSL0, as entidades religiosas reagiram e o governo montou uma operação para negar a possibilid­ade.

A Receita Federal não calcula o quanto deixa de arrecadar por causa da imunidade tributária a igrejas.

“Elas são imunes. Então, o tributo nem alcança. Se não sei nem como se tributaria essa receita, não tem como saber o que deixou de ser arrecadado”, disse o coordenado­r de previsão e análise do Fisco, Marcelo Gomide.

Mas ele disse que a desoneraçã­o foi de, pelo menos, R$ 674 milhões em 2018 na parte previdenci­ária.

Alta

Os dados da Receita apontam ainda para um aumento significat­ivo na quantidade de igrejas no Brasil, de 10 mil, em 2006, para 18,5 mil, em 2013. Em 2018, o número subiu para 25 mil. Ainda não há dados disponívei­s para a arrecadaçã­o mais recente.

Esse, contudo, é o número de entidades religiosas com CNPJ. Mas uma grande parcela das igrejas é irregular, sendo difícil de ser rastreado pela Receita. (Folha)

 ?? Bruno Santos/ Folhapress ?? Céu escuro por volta das 16h desta segunda-feira (19) na marginal Tietê; assunto foi um dos mais comentados do Brasil nas redes sociais
Bruno Santos/ Folhapress Céu escuro por volta das 16h desta segunda-feira (19) na marginal Tietê; assunto foi um dos mais comentados do Brasil nas redes sociais

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil