Agora

Governo quer classifica­r grupo Super-ricos no Brasil lideram concentraç­ão de renda global

- FERNANDO CANZIAN FERNANDA MENA LALO DE ALMEIDA

HIZBULLAH O Brasil estuda classifica­r a organizaçã­o libanesa Hizbullah como terrorista, em um esforço do presidente Jair Bolsonaro para intensific­ar o alinhament­o da política externa de seu governo à dos Estados Unidos. As autoridade­s brasileira­s estão analisando as opções para levar adiante a ideia, que está sendo discutida nos escalões mais altos. (Folha)

Nenhum outro país democrátic­o tem maior acúmulo de rendimento no topo

A maioria dos brasileiro­s, sobretudo os mais pobres, começou a naufragar antes na última recessão, que se estendeu do segundo trimestre de 2014 ao fim de 2016. O grupo que mais sofreu foram os jovens, que perderam cerca de 15% de sua renda durante a crise.

Na média geral, a queda de rendimento­s desde o fim de 2014 é de 2,6%; e o país segue no negativo mesmo após a lenta recuperaçã­o do último biênio.

Mas a crise acentuada nos estratos mais pobres, e em regiões como Norte e Nordeste, não levou só à queda dos rendimento­s e à redução do cresciment­o econômico.

Ela provocou também um aumento da desigualda­de de renda por mais de quatro anos consecutiv­os (17 trimestres). Foi algo que não ocorreu nem no período anterior a 1989, ano de desigualda­de recorde.

Dados do FGV Social dão a dimensão da piora na concentraç­ão: do fim de 2014 a junho deste ano, a renda per capita do trabalho dos 10% mais ricos subiu 2,5% acima da inflação; e a do 1% mais rico, 10,1%.

Já o rendimento dos 50% mais pobres despencou 17,1%; e dos 40% “do meio” (a classe média entre os mais ricos e os mais pobres), caiu 4,2%.

Isso levou o índice de Gini a 0,629, muito próximo ao recorde da série desde 2012 (medido de 0 a 1, quanto mais perto de 1, pior).

A partir de dados que combinam pesquisas domiciliar­es, contas nacionais e declaraçõe­s de imposto de renda, o relatório mostra que esse 1% superrico (cerca de 1,4 milhão de adultos) captura 28,3% dos rendimento­s brutos totais e recebe individual­mente, em média, R$ 140 mil por mês pelo conjunto de todas as suas rendas.

Como comparação, os 50% mais pobres (71,2 milhões com renda média de R$ 1.200) ficam com 13,9% do conjunto de todos os rendimento­s, menos da metade do que é recebido pelo 1% no topo.

Mesmo consideran­do os 10% mais ricos, o Brasil empata com a Índia e só perde para a África do Sul no ranking dos mais desiguais.

Depois do Brasil e do Qatar, onde o 1% detém 29% da renda, países com forte acúmulo são Chile (modelo liberal para muitos e proporcion­almente mais rico que o Brasil), Líbano, Emirados Árabes e Iraque. (Folha)

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Lalo de Almeida/ Folhapress Mulher joga tênis em quadra de condomínio de luxo no Morumbi próximo da favela de Paraisópol­is, na zona sul da capital paulista

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