Governo quer classificar grupo Super-ricos no Brasil lideram concentração de renda global
HIZBULLAH O Brasil estuda classificar a organização libanesa Hizbullah como terrorista, em um esforço do presidente Jair Bolsonaro para intensificar o alinhamento da política externa de seu governo à dos Estados Unidos. As autoridades brasileiras estão analisando as opções para levar adiante a ideia, que está sendo discutida nos escalões mais altos. (Folha)
Nenhum outro país democrático tem maior acúmulo de rendimento no topo
A maioria dos brasileiros, sobretudo os mais pobres, começou a naufragar antes na última recessão, que se estendeu do segundo trimestre de 2014 ao fim de 2016. O grupo que mais sofreu foram os jovens, que perderam cerca de 15% de sua renda durante a crise.
Na média geral, a queda de rendimentos desde o fim de 2014 é de 2,6%; e o país segue no negativo mesmo após a lenta recuperação do último biênio.
Mas a crise acentuada nos estratos mais pobres, e em regiões como Norte e Nordeste, não levou só à queda dos rendimentos e à redução do crescimento econômico.
Ela provocou também um aumento da desigualdade de renda por mais de quatro anos consecutivos (17 trimestres). Foi algo que não ocorreu nem no período anterior a 1989, ano de desigualdade recorde.
Dados do FGV Social dão a dimensão da piora na concentração: do fim de 2014 a junho deste ano, a renda per capita do trabalho dos 10% mais ricos subiu 2,5% acima da inflação; e a do 1% mais rico, 10,1%.
Já o rendimento dos 50% mais pobres despencou 17,1%; e dos 40% “do meio” (a classe média entre os mais ricos e os mais pobres), caiu 4,2%.
Isso levou o índice de Gini a 0,629, muito próximo ao recorde da série desde 2012 (medido de 0 a 1, quanto mais perto de 1, pior).
A partir de dados que combinam pesquisas domiciliares, contas nacionais e declarações de imposto de renda, o relatório mostra que esse 1% superrico (cerca de 1,4 milhão de adultos) captura 28,3% dos rendimentos brutos totais e recebe individualmente, em média, R$ 140 mil por mês pelo conjunto de todas as suas rendas.
Como comparação, os 50% mais pobres (71,2 milhões com renda média de R$ 1.200) ficam com 13,9% do conjunto de todos os rendimentos, menos da metade do que é recebido pelo 1% no topo.
Mesmo considerando os 10% mais ricos, o Brasil empata com a Índia e só perde para a África do Sul no ranking dos mais desiguais.
Depois do Brasil e do Qatar, onde o 1% detém 29% da renda, países com forte acúmulo são Chile (modelo liberal para muitos e proporcionalmente mais rico que o Brasil), Líbano, Emirados Árabes e Iraque. (Folha)