DESTAQUE DO DIA Sequestro termina com homem morto por atirador de elite
Motorista e 38 passageiros ficaram reféns por quase quatro horas dentro de um ônibus no RJ
O sequestro de um ônibus com 39 passageiros e o motorista a bordo sobre uma das pontes mais conhecidas do Brasil —a Rio-niterói— na manhã desta terçafeira (20) culminou na morte do suspeito, Willian Augusto da Silva, 20 anos, por um atirador da Polícia Militar fluminense. Nenhum refém ficou ferido.
A ação criminosa e a operação policial, que tiveram seus lances finais televisionados, duraram quase quatro horas, atraíram atenção internacional e tiveram o desfecho festejado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e pelo governador Wilson Witzel (PSC).
Silva, sem antecedentes criminais e descrito por familiares como depressivo, embarcou no ônibus da linha 2520 por volta de 5h10.
Cerca de 15 minutos depois, quando o coletivo se aproximava da ponte, ele ergueu uma pistola —que a polícia mais tarde descobriria ser de brinquedo— pediu calma e afirmou que não queria machucar ninguém, conforme relataram passageiros.
Dirigiu-se ao motorista da Viação Galo Branco e, ameaçando-o com a pistola falsa, um “taser” (arma de eletrochoque) e uma faca ordenou que parasse o veículo. Às 6h20, cerca de dez minutos após o início do diálogo com a polícia, o primeiro refém foi libertado. Ao longo da negociação, seriam soltos mais cinco: quatro homens e duas mulheres, ao todo, o último às 8h14, três horas após Silva iniciar o sequestro. Uma das vítimas, depois de ser liberada, desmaiou.
O sequestrador só deixaria o ônibus por volta das 9h, com a polícia e as câmaras de TV à sua volta. Usava máscara e, segundo reféns, queria entregar itens de um dos passageiros. Jogou um casaco em direção aos policiais e fez um aceno.
Foi quando a polícia, sob instrução do comandante do Bope, tenente-coronel Maurílio Nunes, decidiu atirar.
Após duas horas de negociação, psicólogos haviam concluído que o sequestrador tinha “perfil psicótico” e era instável. O disparo, no momento em que o sequestrador tentava voltar ao veículo, veio de um atirador da PM em cima de um carro dos bombeiros. O atirador fez sinal de positivo.
Após o desfecho, o governador Witzel desembarcou no local. Segundo funcionários do Instituto Médico Legal relataram, foram seis perfurações: duas no tórax, uma no antebraço direito, uma na perna esquerda, outra no braço esquerdo. O local da sexta não foi informado. Duas no tórax Um no antebraço