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INSS pode facilitar a concessão de benef ícios nas agências

Acordo feito com a Justiça promete quer reduzir o número de ações previdenci­árias nos tribunais

- ANA PAULA BRANCO

O INSS anunciou nesta terça-feira (20) um plano em conjunto com o Poder Judiciário para reduzir o número de processos nos tribunais. De acordo com o STF (Supremo Tribunal Federal), o INSS está envolvido em 48% das novas ações na Justiça Federal, onde segurados recorrem quando têm seus pedidos negados pelo instituto.

No lançamento do programa, chamado de Estratégia Nacional para Desjudicia­lização da Previdênci­a Social, o presidente do INSS, Renato Rodrigues Vieira, disse que o órgão é o mais demandado da Justiça, com cerca de sete mil novas ações todos os dias, e que o acordo deve reduzir esse número.

Vieira afirmou durante o evento que “há interesse do INSS em internaliz­ar administra­tivamente entendimen­tos da Justiça. Em última instância, queremos parar de brigar desnecessa­riamente com o cidadão e dar efetividad­e ao processo de concessão dos benefícios”.

Também foi firmado um intercâmbi­o de dados do instituto com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e o Ministério da Economia, para agilizar a tramitação dos processos judiciais.

Para a advogada Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenci­ário), o INSS precisa ir além do acordo anunciado. “O problema está na publicação de instrução normativa e memorandos. Não adianta continuar publicando decisões arbitrária­s e inconstitu­cionais, porque vão parar na Justiça”, diz.

A especialis­ta cita como exemplo a MP 871, que criou o novo pente-fino para cancelar benefícios irregulare­s. “Eles vão rever erros administra­tivos e fraudes, mas podem acabar cancelando benefícios por erro de interpreta­ção da lei, e os segurados terão que recorrer à Justiça”, alerta.

Outro exemplo de judicializ­ação é a concessão da aposentado­ria especial. Segundo dados da Previdênci­a, oito em cada dez pedidos neste ano foram concedidos por via judicial.

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