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Banco Central indica servidor de carreira para o novo Coaf

Ricardo Liáo, 64 anos, vai substituir aliado de Moro na instituiçã­o criada pelo governo Bolsonaro

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BRASÍLIA O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, decidiu indicar Ricardo Liáo para chefiar a Unidade de Inteligênc­ia Financeira, nova instituiçã­o que vai substituir o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeira­s).

Liáo, 64 anos, é servidor aposentado do Banco Central e já integrava a cúpula do Coaf desde abril de 2013. Sua ascensão foi planejada pelo Ministério da Economia para transmitir a mensagem de que não haverá quebra nos trabalhos mesmo com as mudanças estruturai­s feitas no órgão.

A previsão de que Liáo assumiria a nova instituiçã­o foi antecipada pela coluna Painel, da Folha, no dia 17. Ele substitui Roberto Leonel de Oliveira Lima, que comandava o Coaf por escolha do ministro da Justiça, Sergio Moro.

Liáo é formado em ciências econômicas e ciências sociais aplicadas. Na autoridade monetária, chefiou áreas como a de combate a ilícitos cambiais e financeiro­s.

Assinada na segunda-feira (19) pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), a medida provisória que modifica o Coaf, transferin­do o órgão do Ministério da Economia para o Banco Central, será avaliada pelo Congresso.

Ela não limitou a composição do órgão a apenas servidores do BC, como planejava a equipe econômica. Diferentem­ente do que vigorava até então, o novo texto dá margem para indicações políticas.

A medida provisória altera o nome do Coaf para UIF (Unidade de Inteligênc­ia Financeira). A mudança foi anunciada pelo governo Bolsonaro com o objetivo de “tirar o órgão do jogo político”.

Porém o texto assinado pelo presidente possibilit­a que ocupantes de cargos comissiona­dos, que não necessaria­mente são servidores públicos, integrem seu quadro técnico-administra­tivo.

Moro afirmou nesta terça (20) que os “receios” em relação à medida provisória são “infundados” e que o Coaf está “em boas mãos” junto ao Banco Central.

“Tivemos a oportunida­de de examinar a MP, há algumas pequenas mudanças, mas no fundo a estrutura do Coaf permanece a mesma dentro do Banco Central. Inclusive com a manutenção da estrutura de cargos que nós reforçamos aqui no Ministério da Justiça”, declarou Moro, na abertura de uma cerimônia na pasta, em Brasília.

Ao assumir a Presidênci­a, Bolsonaro tirou o Coaf do Ministério da Economia e o colocou na Justiça, pasta de Sergio Moro. O ex-juiz federal acabou derrotado depois que o Congresso devolveu o Coaf à Economia, pasta sob comando de Paulo Guedes.

“Eu preferia que o Coaf estivesse aqui [no Ministério da Justiça]. Não estando aqui, tenho certeza que ele está em boas mãos junto ao Roberto Campos”, afirmou Moro. (Folha)

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Ruy Baron - 4.ago.11/valor/agência O Globo Ricardo Liáo, que assumirá comando do novo Coaf, que passa a se chamar Unidade de Inteligênc­ia Financeira sob gestão do Banco Central

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